até fones de ouvidos e celulares

SEM PROPAGANDA: FIFA veta logomarcas de produtos usados por jogadores dentro de estádios da Copa

O ganho de dinheiro com marketing está nas mãos de jogadores por meio de mídias sociais

As regras de marketing da Fifa tornaram-se bastante restritas para a Copa-2018 enfocando até itens como os fones de ouvidos de jogadores. A entidade já vinha proibindo iniciativas de atletas, federações nacionais ou torcedores de fazer marketing de emboscada no Mundial. Mas, para a edição russa, há um nível de detalhismo não visto anteriormente.

O regulamento da Copa-2018 é similar ao de 2014 em relação à questão do equipamentos. Ambos proíbem genericamente qualquer marca que não seja a das parceiras da Fifa em equipamentos. Mas, no Brasil, não havia sido divulgado um regulamento de marketing detalhado. Para a Rússia, a entidade internacional especificou regras de mídia e marketing que trata do que pode ou não pode nos estádios, seja nos dias dos jogos, seja na véspera.

Em uma das proibições, está dito que não podem ter marcas nos fones de ouvidos, bolsas, aparelhos de comunicação (celulares e laptos), bolsas sem equipamento esportivo. É permitido no máximo uma marca pequena do fabircante. Quem tentar dar um enganada com uma logo maior pode se enrolar com o regulamento. Diz o texto da Fifa: ”limitado ao tamanho e à fora de representação, na opinição razoável da Fifa, prevenindo do reconhecimento dos produtos”.

Outro item que não pode ter nenhuma marca são os ternos usados pelos jogadores. Só é permitido ter o emblema da federação.

O atacante Neymar, por exemplo, tem um patrocinador produtor de fone de ouvido. Na Copa-2014, a Fifa chegou a investigar um possível marketing de emboscada do jogador ao exibir uma sunga em jogo da seleção, sendo que era feita por empresa que não era a que produzia o uniforme da seleção. A entidade concluiu que foi involuntário e apenas advertiu a CBF a tomar cuidado com a questão.

Além de marcas comerciais, também são proibidas mensagens políticas, religiosas e pessoais nos equipamentos esportivos. Levado ao extremo, o regulamento proibiria a mensagem escrita por Cafu em seu uniforme na Copa-2002 quando levantou a taça: estava escrito ”100% Jardim Irene” em referência ao seu bairro de infância. Manifestações religiosas já vêm sendo reprimidas pela Fifa.

Essas proibições já foram explicitadas em reunião com as delegações, o que inclui vetos a postagens em redes sociais dentro do estádio, como mostrou o blog do Marcel Rizzo. As mensagens em vídeo ou em foto em redes sociais são, atualmente, um grande meio de receita para os jogadores. Uma postagem de Cristiano Ronaldo, por exemplo, pode valer milhões de euros.

Há proibição também que qualquer membro da delegação do país faça vídeos ou imagens em movimento nas áreas de controle, isto é, em estádios. Ou seja, nenhum deles pode filmar imagens nessas áreas e depois veicula-las em qualquer tipo de mídia. A CBF também está proibida de distribuir brindes de patrocinadores ou exibir as marcas desses nas áreas oficiais, estádios e locais de treinamento.

Esse aumento nas restrições se deve ao entendimento da Fifa de que, cada vez mais, o ganho de dinheiro com marketing está nas mãos de jogadores por meio de mídias sociais ou por meio do uso de marcas. A intenção da entidade, portanto, é restringir isso para que sejam apenas seus patrocinadores que usufruam da exploração associada à Copa do Mundo. As receitas de marketing da federação internacional vinham caindo após os escândalos de corrupção com a perda de parceiros.

Fonte: UOL
Créditos: Rodrigo Mattos