'Campeã das propinas'

Palocci reafirma que Lula negociou repasses para filho com lobista do setor automobilístico

O ex-ministro Antônio Palocci reafirmou, em depoimento à Justiça Federal nesta segunda-feira 18, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com o lobista Mauro Marcondes Machado, do setor automobilístico, pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória.

Foto: reprodução

O ex-ministro Antônio Palocci reafirmou, em depoimento à Justiça Federal nesta segunda-feira 18, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com o lobista Mauro Marcondes Machado, do setor automobilístico, pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória.

A negociação, disse Palocci, envolveu a atuação de Lula junto ao governo federal para evitar que a presidente Dilma Rousseff vetasse a emenda da MP 627 que previa a manutenção de benefícios para montadoras das regiões norte, Nordeste e centro-oeste. Segundo Palocci, a MP 627 foi a “campeã das propinas na história do Brasil” uma vez que teve em seu texto “vários contrabandos enxertados”.

 Ainda segundo Palocci, o próprio Lula lhe informou que sua atuação resultaria no repasse de valores por parte de uma empresa de Mauro Marcondes para seu filho Luís Cláudio.

Palocci também afirmou que presenciou pedidos de Lula à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em favor de empresas. Na versão dada pelo ex-ministro, a ex-presidente “nem sempre” tinha conhecimento de que os pedidos de Lula envolviam o pagamento de propina. Por meio de sua assessoria de imprensa, Dilma afirmou que Palocci, que assinou um acordo de colaboração com a Polícia Federal, continua a mentir.

 O ex-ministro prestou depoimento na manhã desta segunda-feira via teleconferência da Justiça Federal em São Paulo. A oitiva se deu no âmbito da ação penal da Operação Zelotes em que o ex-presidente Lula é réu por suposto tráfico de influência na compra dos caças suecos da marca Gripen e na edição da MP 627.

Fonte: VEJA
Créditos: VEJA