Denúncia ambiental

MPPB investiga Bar do Cuscuz por despejo irregular de esgoto no mar em João Pessoa

MPPB investiga Bar do Cuscuz por despejo irregular de esgoto no mar em João Pessoa

João Pessoa - O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu um inquérito para investigar o Bar do Cuscuz, localizado na orla de Cabo Branco, em João Pessoa, por suspeita de lançamento irregular de esgoto na rede de drenagem pluvial que deságua no mar.

A investigação foi instaurada nesta terça-feira (26) pela promotora Claudia Cabral, da Promotoria de Meio Ambiente e Patrimônio Social da Capital.

De acordo com a promotora, o estabelecimento já havia sido alvo de autuações anteriores por parte da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), que lavrou autos de infração, aplicou multas, notificações e chegou a embargar o local, devido à constatação de despejo de efluentes sem tratamento adequado.

Relatórios técnicos da própria Sudema indicaram a presença de coliformes termotolerantes em níveis até 30 vezes acima do permitido, o que confirma o despejo de esgoto in natura na rede pluvial que desemboca na praia.

Como parte do processo, o MPPB deu um prazo de 15 dias úteis para que o Bar do Cuscuz apresente um plano sanitário detalhado, identifique os responsáveis técnicos e forneça esclarecimentos sobre seu sistema de esgotamento sanitário.

Também foi solicitado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da UFPB um parecer técnico sobre a extensão dos danos ambientais e possíveis medidas mitigadoras e preventivas.

A Sudema também foi oficiada a apresentar, no mesmo prazo, informações atualizadas sobre o processo administrativo, incluindo as defesas apresentadas pela empresa e o status do cumprimento das notificações e do embargo.

Histórico de irregularidades

Em 2024, a sede do Bar do Cuscuz em João Pessoa foi interditada após fiscalizações constatarem irregularidades no sistema de esgoto.

A primeira autuação ocorreu em maio, quando foi dado um prazo para correções. No entanto, uma nova inspeção em 16 de maio identificou problemas persistentes, o que levou à interdição do estabelecimento por recomendação do Ministério Público Federal (MPF).

A liberação só ocorreu após a correção das falhas apontadas, no dia 17 de maio.

Na época, a defesa do Bar do Cuscuz negou qualquer crime ambiental. A empresa afirmou que não foi encontrada nenhuma ligação clandestina de esgoto e classificou a interdição como uma medida extrema, motivada por pressão popular.