MPF VÊ RISCO

Sem experiência, Governo Federal efetiva ex-assessor de Carlos Bolsonaro na Presidência da Funarte

Luciano Barbosa Querido vinha exercendo a função como substituto. MPF diz que ele não tem experiência para o cargo ou formação suficiente

O governo federal efetivou o ex-assessor do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) Luciano da Silva Barbosa Querido como presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Querido já vinha ocupado o cargo de presidente substituto desde maio. No último dia 1º, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão da nomeação dele alegando falta de “formação específica” e de “experiência profissional” para o cargo. (Leia mais ao final da reportagem)

A nomeação como presidente efetivo da Funarte foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (13) e é assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Walter Sousa Braga Netto.

Querido havia sido nomeado substituto eventual do presidente da fundação em 7 de maio. A nomeação de substituto havia sido feita logo após a revogação da nomeação para o cargo do maestro Dante Matovani, que já havia sido presidente da Funarte neste ano, foi exonerado e renomeado depois.

Mantovani deixou o posto pela primeira vez em março, após a atriz Regina Duarte assumir a Secretaria Especial Cultura. Ele foi nomeado novamente em maio, contra a vontade dela, e teve a nomeação revogada logo em seguida, no mesmo dia.

Antes de ser nomeado substituto da presidência da Funarte, em abril, Luciano Querido já havia sido nomeado para ocupar o cargo de diretor do Centro de Programas Integrados (Cepin) da Funarte. Dois dias antes da nomeação para presidente substituto, em maio, ele havia sido nomeado diretor-executivo da Funarte.

MPF contra Querido na Funarte

Barbosa Querido trabalhou com Carlos na Câmara de Vereadores do Rio desde o início dos anos 2000 até o fim de 2017.

Ao pedir que a nomeação dele como presidente da Funarte fosse suspensa, o MPF informou que Luciano é bacharel em direito e trabalhou na Câmara do Rio como gestor responsável pela editoração e confecção de boletins informativos sobre atividades legislativas.

No pedido do MPF, o órgão federal diz ser necessário, para presidir a Funarte, experiência profissional de:

mínimo, cinco anos em atividades associadas às áreas de atuação da Funarte;
ter ocupado cargo comissionado equivalente a DAS de nível 3 ou superior em qualquer poder por, no mínimo, três anos;
ou, possuir títulos de mestre ou doutor em área correlata às áreas de atuação do órgão ou em áreas relacionadas às funções do cargo.

O MPF sustenta que “a nomeação de Luciano oferece grave risco ao próprio funcionamento da Funarte”, com a possibilidade de que diretrizes técnicas sejam distorcidas, de lentidão ou até mesmo de interrupção nos serviços desempenhados pela fundação.

O risco, segundo o MPF, é que a nomeação traga “prejuízos reais” à gestão e fomento da atividade produtiva artística brasileira.

Fonte: G1
Créditos: G1