Grampo da Lava Jato flagra Lula preocupado com “assuntos do BNDES” - Por Felipe Moura Brasil

Segundo o Estadão, a PF informou ao juiz Sérgio Moro que o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo junto ao presidente da maior empreiteira do país, Marcelo Odebrecht. A PF não grampeou o Brahma. Os investigadores monitoravam os contatos de Alexandrino, por isso a conversa foi gravada.

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Cultura e irreverênciaA Polícia Federal citou o nome de Lula nos autos da Operação Lava Jato.

Segundo o Estadão, a PF informou ao juiz Sérgio Moro que o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo junto ao presidente da maior empreiteira do país, Marcelo Odebrecht. A PF não grampeou o Brahma. Os investigadores monitoravam os contatos de Alexandrino, por isso a conversa foi gravada.

O relatório diz que Lula estaria preocupado com “assuntos do BNDES”:

“Outro contato considerado relevante ocorreu em 15 de junho de 2015 às 20:06, entre Alexandrino Alencar e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nele ambos demonstram preocupação em relação aos assuntos do BNDES referindo-se também a um artigo assinado por Delfim Netto que seria publicado no dia seguinte sobre o tema. Alexandrino disse também que Emilio (Emilio Odebrecht) teria gostado da nota que o Instituto Lula teria lançado depois da divulgação do laudo pericial acerca da contabilidade da empresa Camargo Corrêa, que teria doado três milhões de reais ao Instituto entre 2011 e 2013 e efetuado pagamentos a Lils Palestras Eventos e Publicidade LTDA na ordem de R$ 1,5 milhão no mesmo período”, assinalou o delegado federal Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Lava Jato.

O BNDES é alvo de uma CPI no Congresso, que investiga suspeitas de empréstimos contrários ao interesse público feitos durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff – 2003 a 2015. Arnaldo Jordy, do PPS do Pará, já havia apresentado requerimentos à comissão, para que Lula e seu filho, Lulinha, sejam convocados a depor.

Motivos não faltam.

O relatório da PF confirma, de quebra, aquilo que a revista VEJA antecipou em julho: que empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras agiam em sintonia com o Instituto Lula. Emilio Odebrecht, como se vê, avaliava as notas oficiais em defesa dos comparsas.

Outro nome citado no relatório da PF é de Marta Pacheco Kramer, que, segundo o próprio Alexandrino, seria ligada ao Instituto Lula.

“O investigado também recebeu ligações de Marta Pacheco Kramer na data da deflagração da operação as 06:06 da manhã do dia 19 de junho de 2015. Curiosamente, Marta foi identificada pelo próprio Alexandrino como vinculada ao ‘Instituto Lula’ o que restou consignado junto ao auto de arrecadação lavrado na residência do investigado acerca dos contatos telefônicos feitos pelo mesmo quando da chegada da equipe”, informou o delegado federal Eduardo Mauat da Silva.