Deputados eleitos divergem sobre eleição da Mesa Diretora da ALPB

Jeová Campos e Renato Gadelha apresentam pontos de vista diferentes

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Dois deputados eleitos para a próxima legislatura da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Um é mais experiente por já ter exercido um mandato e o outro é novato, mas ambos carregam consigo raízes fortes, representando duas das mais importantes cidades sertanejas, Cajazeiras e Sousa. Estamos falando de Jeová Campos (PSB) e Renato Gadelha (PSC), que passarão a integrar o quadro parlamentar da Casa de Epitácio Pessoa a partir do próximo dia 2 de fevereiro.

Apesar de pertencerem a municípios próximos, os dois já iniciarão a próxima Legislatura em campos opostos, um na bancada do Governo e o outro na oposição ao governador Ricardo Coutinho (PSB). Eles também já manifestam pontos divergentes em relação à eleição da Mesa Diretora da ALPB, que ocorrerá também no dia 2 de fevereiro.

Mais experiente no parlamento, Jeová Campos retorna à ALPB defendendo a alternância de poder e a eleição do companheiro de partido, Adriano Galdino (PSB), para presidente da Casa de Epitácio Pessoa, no biênio 2015-2016. Segundo ele, a vontade de mudança no comando da Casa de Epitácio Pessoa nasce dos próprios parlamentares, que defendem uma maior quantidade de partidos no comando, e não representa os interesses do Poder Executivo estadual.

“São os deputados que precisam fazer a Mesa Diretora e não o Governo, porque, lamentavelmente, o PSDB governa há 12 anos a Assembleia, começando com Rômulo Gouveia, passando por Arthur Cunha Lima e chegando até Ricardo Marcelo. São mais de duas décadas dentro de uma mesma lógica política que abriga o poder pelo poder. Isso não serve para o povo da Paraíba”, argumenta.

Apesar de negar que a eleição envolverá diretamente o interesse do Governo, Jeová Campos deixa transparecer em suas palavras que o próximo comando da Assembleia Legislativa da Paraíba precisará estar alinhado ao ideal político do governador Ricardo Coutinho (PSB).

“É preciso compreender, Ricardo Coutinho foi eleito pelo povo como uma resposta a classe política. Dos 36 deputados, apenas seis apoiaram o governador, e o povo disse sim a quem?”, questionou. “Será que vão continuar com essa briga política desnecessária, ineficiente, que não produz nada de positivo para o nosso futuro? Eu penso que temos que repensar, por isso, os deputados precisam buscar um novo caminho”, complementou.

Novatos prejudicados
Já o novato Renato Gadelha prefere não questionar quem serão os candidatos à presidente da Assembleia. Segundo ele, o problema está no formato de eleição dupla no mesmo dia, proposta pelo grupo do deputado Jeová Campos, inicialmente com o comando de Adriano Galdino (PSB) e depois com Gervásio Maia (PMDB), no biênio 2017 e 2018.

“Duas eleições no mesmo dia é uma exorbitância do Poder Legislativo. Isso é uma indignação com os deputados novos que estão chegando, não conhecem nem os pares e já são obrigados a aceitar uma Mesa Diretora por quatro anos completos. Acho um absurdo. Se somos semelhantes ao Congresso Nacional, por analogia, deveriam fazer a eleição no tempo hábil”, disse.

O deputado Renato Gadelha reitera é contra o instituto da reeleição na eleição da Mesa Diretora, mas, afirma que o formato de pleito duplo prejudicará diretamente os deputados estaduais que assumirão o primeiro mandato na Casa de Epitácio.

“Eu, não quero participar de uma Mesa Diretora agora porque estou chegando, sou neófito e não conheço bem o regimento da Casa, mas, digamos que se daqui a dois anos, eu ou outro colega tiver uma ascensão dentro da Assembleia e venha a pleitear algum cargo? Isso não será mais possível, pois, já vão preencher todas as funções agora”, comentou.

E complementou: “Isso foi um cambalacho para que formasse uma chapa com força para vencer a eleição. Porque se você rachar esse sistema, com um pleito agora e outro daqui a dois anos, você perceberá que não terá mais essa chapa unida da forma como está”.

Wscom