análise

Congresso deve votar Reforma Previdenciária antes do recesso parlamentar

CCJ da Câmara votará parecer que autoriza tramitação da reforma da Previdência

congressoO Congresso Nacional vai se concentrar nesta semana em temas considerados prioritários pelo governo Michel Temer para a recuperação da economia. Esta será a penúltima semana antes do recesso parlamentar, que tem início em 23 de dezembro.

Além da agenda de votações, outro assunto que vai estar presente na política ao longo da semana é o depoimento no acordo de delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo. Em documento enviado ao Ministério Público Federal (MPF), ele cita nomes de 51 políticos de 11 partidos e faz afirmações sobre pagamentos de propinas em troca de favores para a empreiteira.

Entre os políticos citados estão caciques do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-ministro e senador Romero Jucá (RR), aliados próximos de Michel Temer, como os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, e até o próprio presidente da República.

Com a crise gerada pela delação, Temer reuniu aliados na noite deste domingo (12) para discutir a agenda do Congresso e um pacote de medidas na economia, na tentativa de estimular o crescimento do país e amenizar o desgaste do governo.

Votações no Congresso

Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve votar o parecer favorável à tramitação da proposta de reforma da Previdência. Depois dessa etapa, deverá ser criada uma comissão especial que discutirá o conteúdo da matéria.

No Senado, está marcada para terça-feira (13) a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos.

Foram convocadas ainda sessões conjuntas do Congresso, com deputados e senadores, para tentar concluir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que traz uma previsão de despesas e receitas para o ano que vem.
Em seguida, os parlamentares querem votar o Orçamento de 2017, que detalha o quanto o governo espera arrecadar e o quanto pode gastar em cada área.

Em meio às delações da Odebrecht, Congresso deve votar projetos importantes para o governo

Câmara

A CCJ da Câmara tem reunião convocada para esta segunda-feira (12) para a leitura do parecer favorável à reforma da Previdência apresentado pelo relator, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS).

O relatório não trata do mérito da proposta de reforma previdenciária. Nessa primeira etapa, a comissão avalia somente se a proposta está em conformidade com a Constituição e com o sistema jurídico brasileiro.

A análise do teor da matéria caberá a uma comissão especial, a ser formada após a votação do parecer na CCJ.

Pela proposta, a idade mínima para homens e mulheres se aposentarem será de 65 anos. Ainda segundo o texto enviado pelo governo, o trabalhador que desejar se aposentar recebendo aposentadoria integral deverá contribuir por, pelo menos, 49 anos ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

No plenário da Câmara, os deputados devem retomar a votação da medida provisória que flexibiliza o ensino médio. Os parlamentares aprovaram na semana passada o texto principal, mas ainda precisam analisar sugestões de emenda, que podem alterar o conteúdo do texto.

Pelo texto aprovado, 60% da carga horária de todo o ensino médio será obrigatória. Nos 40% restantes, os alunos poderão escolher as disciplinas de acordo com seus interesses, divididos em cinco eixos. A proposta estabelece que educação física e artes continuarão obrigatórias.

Também deve ser votado um projeto de lei que faz um pente-fino na concessão de benefícios previdenciários. Os deputados podem ainda votar um requerimento para incluir na pauta do plenário um projeto que trata sobre o serviço de Uber.

Senado

Na terça-feira, a partir das 10h, os senadores têm sessão marcada destinada a votar em segundo turno a PEC do teto de gastos.
Por se tratar de uma alteração na Constituição, a medida precisa ser aprovada por pelo menos três quintos dos parlamentares (49 dos 81 senadores). No primeiro turno, realizado há duas semanas, o placar foi de 61 votos a 14 favoráveis à PEC.

A proposta estabelece que, nas próximas duas décadas, as despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário e seus órgãos) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior.

Fonte: G1