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PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Parahyba Café - Por Sérgio Botelho 

Não é necessário ter existido há séculos para que uma coisa qualquer seja lembrada com saudade. Por exemplo, o Parahyba Café, de Bob Záccara e Marconi Serpa, foi um empreendimento recente, coincidindo com o início do Século XXI, que existiu, de maneira até fugaz, mas que marcou um intervalo particularmente interessante da vida cultural pessoense.

Não é necessário ter existido há séculos para que uma coisa qualquer seja lembrada com saudade. Por exemplo, o Parahyba Café, de Bob Záccara e Marconi Serpa, foi um empreendimento recente, coincidindo com o início do Século XXI, que existiu, de maneira até fugaz, mas que marcou um intervalo particularmente interessante da vida cultural pessoense. As noites no Parahyba Café, movidas a um bom whisky, cerveja ou vinho, e a tira-gostos memoráveis, fizeram da Praça Antenor Navarro, na cidade baixa, um ambiente efervescente nos primeiros anos da primeira década de 2000. Admiráveis no propósito de reerguer a vida social naquela parte mais histórica da capital paraibana, nas proximidades de onde nasceu a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, Bob e Marconi comandavam o empreendimento, integralmente.

O espaço interno do Parahyba Café não era dos maiores, onde eram dispostas poucas mesas, mesas trabalhadas, elegantes. Contudo, na área externa, tomando uma parte da praça, não somente havia muitas mesas como elas eram bastante disputadas. A empreitada dos dois acabou atraindo outros equipamentos turísticos ao local. Na esquina da praça com a parte lateral da Igreja São Pedro Gonçalves, por exemplo, o ex-vereador, compositor e cantor, Mestre Fuba, expressão maior do bloco Muriçocas do Miramar, montou seu diretório cultural, com bar e tudo. O jornalista Fernando Moura foi outro que se deslocou para a Praça Antenor Navarro, com seu escritório da Texto-Arte, atraindo clientes para a vida cultural que ia se abrindo naquela maravilhosa parte da urbe pessoense. No primeiro andar, do prédio vizinho ao Parahyba Café, passou a funcionar, por algum tempo, um espaço para shows, com direito a dancing, onde se apresentavam bandas locais, com casa cheia, nos dois ambientes conjugados.

Foi também na mesma época que o projeto Folia de Rua inscreveu a Praça Antenor Navarro como roteiro de suas manifestações, com o local nomeado para encerrar as programações anuais do pré-carnaval de João Pessoa. Singergindo com o ambiente sócio-cultural que ia se formando, no lado oposto ao Parahyba Café existia a Fundação Cultural de João Pessoa-Funjope, vinculada à Prefeitura de João Pessoa, um dos órgãos municipais responsáveis pela vida na praça, onde foi construído, inclusive, um palco para shows.

Infelizmente, o projeto de revitalização da Praça Antenor Navarro não progrediu o suficiente para que todos esses empreendimentos continuassem de vento em popa. Dessa forma, os empreendedores tiveram de fechar suas portas, transferindo-se para a Usina Cultural, em Cruz do Peixe. Contudo, foi o Parahyba Café um acontecimento importante da vida pessoense, enquanto existiu naquela histórica praça. Um espaço urbano que precisa ser efetivamente revitalizado, o que certamente deve acontecer, agora, dentro do ambicioso projeto dos poderes públicos, já devidamente anunciado, reunindo estado e município, de revitalização do Centro Histórico.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba