Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Grupo Escolar Antônio Pessoa - Por Sérgio Botelho

Quem passa em frente ao prédio de nº 149 da rua Beaurepaire Rohan, no centro comercial de João Pessoa, não se dá conta de sua importância histórica.

Foto: Internet

Quem passa em frente ao prédio de nº 149 da rua Beaurepaire Rohan, no centro comercial de João Pessoa, não se dá conta de sua importância histórica.

Entregue em 1920, na administração estadual de Sólon de Lucena (1916-1920), o Grupo Escolar Antônio Pessoa, nome do irmão do paraibano então presidente da República, compôs o programa de implantação de grupos escolares na Paraíba. Era parte do esforço republicano por uma educação fundamental mais cívica e, nesse sentido, de viés escolar, em turmas graduadas, com alunos agrupados de acordo com o nível de conhecimento.

Na verdade, o movimento era internacional, a partir dos Estados Unidos, e se chamava Escola Nova. Um dos objetivos, superar prática comum, na época, de escolas improvisadas, nas próprias residências dos professores, e isoladas, no sentido de que cada professor se orientava por suas próprias convicções pedagógicas e de conteúdo. A República precisava de um ensino não só voltado para o civismo, mas com preocupação social, ainda que tenha beneficiado sobremodo as elites.

Além disso, eram construções feitas com o esmero de arquitetos e, portanto, que alcançavam destaque e embelezavam a urbe de Parahyba do Norte. Os grupos escolares se diferenciavam em objetivo das Escolas de Aprendizes e Artífices, claro, e se completavam com as Escolas Normais, onde acontecia a regular formação de professores para o ensino primário. A partir da Revolução de 1930, o presidente Getúlio Vargas, empossado por força do movimento, e que iria ficar no poder até 1945, adotou a ideia da Escola Nova e impulsionou ainda mais o funcionamento dos grupos escolares.

Em 1951, foi nas salas do Grupo Escolar Antônio Pessoa que aconteceu o primeiro vestibular para o Curso de Direito da Paraíba, criado em 1949, um marco altamente significativo para a história do ensino superior paraibano. É que o prédio havia sido doado pelo então governador José Américo de Almeida à faculdade recém-criada. Contudo, rapidamente trocado pelo antigo seminário dos jesuítas, na atual Praça João Pessoa, onde permanece.

Atualmente o histórico imóvel da B. Rohan serve à Escola Estadual de Ensino Fundamental, com ênfase na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e na Educação Especial, ainda sob a invocação do nome de Antônio Pessoa.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba