E se não fossem as vacinas? - Por Rui Leitão

Se não fossem as vacinas a civilização contemporânea seria outra. A expectativa de vida seria cada vez mais baixa, a mortalidade infantil se manteria em índices alarmantes, viveríamos um estágio de atrasos sociais e tecnológicos. Ainda bem que no Brasil temos uma cultura de vacinação que nos coloca numa situação privilegiada perante o mundo. E isso tem sustentado o combate ao Covid 19 em nosso país, em que pese uma forte campanha contrária, inclusive por membros do governo federal. Já somos quase setenta por cento da população imunizada.

O mundo sem as vacinas seria muito diferente do que é hoje. Os negacionistas insistem em ignorar essa verdade científica. A histórica convivência da sociedade com as vacinas e o conhecimento dos seus efeitos benéficos, têm contribuído para que aconteça uma reação adversa à campanha antivacina no Brasil. Claro que os resultados positivos que estamos experimentando, não podem ser creditados exclusivamente à vacinação em massa, mas também à vigilância dos seus efeitos protetivos e às medidas sanitárias impostas pelos estados e municípios. Somos a nação com menor índice de rejeição à vacina na América Latina, segundo informa a Organização Mundial de Saúde.

Não fossem as vacinas estaríamos contabilizando em torno de um milhão de mortos vitimados pelo novo coronavírus. Sem falar na economia de custos hospitalares que elas estão proporcionando. É incontestável a redução de sintomas graves e óbitos provocados pela pandemia no Brasil. E ainda há quem permaneça se recusando a receber as doses de imunização, seguindo a orientação do presidente da república. A eficiência das vacinas é, portanto, comprovada, em um cenário de descontrole do contágio, como estávamos vivenciando.

Os imunizantes são uma estratégia coletiva e, por isso mesmo, os passaportes de imunização são oportunidade para uma reabertura mais segura das atividades econômicas e sociais. Faz-se necessário que os governos e empresas anunciem regras para desencorajar a recusa aos imunizantes, como está acontecendo no mundo inteiro. Quem já foi vacinado não pode ficar exposto ao contato com pessoas vulneráveis que possam transmitir o vírus num ambiente de risco. Mesmo que as vacinas não sejam obrigatórias, é preciso que assumam as consequências de não cooperar com esse esforço coletivo. Assim como a manutenção da exigência do uso de máscaras nos ambientes públicos.

A ciência apóia as vacinas. Esse movimento antivacina que tem sido incentivado por lideranças sem escrúpulos, se alimenta de desinformações e invencionices que não resistem a um debate sério e responsável com os cientistas. Não há lógica nessa campanha antivacina. É uma questão de bom senso. Eu tomei as três doses.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba