estreia em cannes

'Piratas do Caribe - A vingança de Salazar' estreou no Festival de Cannes

Para o mundo, Depp dizia haver encerrado esse ciclo, mas o desempenho de seus filmes recentes na bilheteria foi tão desastroso que só Jack Sparrow para ressuscitá-lo na indústria. Longe dos holofotes, ele deu seu aval, mas condicionando o retorno à história.

Em pleno Festival de Cannes, com 1.001 atrações de todo o mundo, a primeira sessão de Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar, na tarde de quarta-feira, 24, lotou as salas em que foi apresentada.

Não era mais o público do festival, embora houvesse muita gente com crachás. Era o público pagante, que veio conferir o novo episódio da saga interminável de Jack Sparrow. O filme tem ainda mais efeitos que os anteriores. Traz alguma novidade. A narrativa desloca-se de Sparrow para Henry Turner, filho de Will Turner, que serve como fio condutor.

Antes mesmo de sermos apresentados ao sinistro Salazar, já sabemos da maldição que atinge Will e que seu filho vai tentar quebrar. Você, se é tiete, sabe que estamos falando de Orlando Bloom, que havia sumido, bem como a personagem de Keira Knightley.

A ‘novidade’ é relativa. Consiste em voltar ao começo, inclusive à origem da maldição que transforma o capitão espanhol em fantasma. Toda essa gente – Henry, Jack, Salazar e uma feiticeira que também quer descobrir sua identidade – procura um mítico tridente que pertence ao deus do oceano.

O tridente é aquilo que Alfred Hitchcock chamava de ‘McGuffin’, o motor da narrativa. O tema é outra coisa. Pai e filho, pai e filha, e a luta de Sparrow para recuperar seu navio e voltar a reinar nos mares.

Repercutiu bastante aqui em Cannes uma entrevista do produtor Jerry Bruckheimer na revista Le Film Français, explicando porque o quinto filme da série demorou tanto a sair – seis anos. O primeiro problema é que a série toda existe em função de Johnny Depp e da sua interpretação afetada do pirata do Caribe.

Para o mundo, Depp dizia haver encerrado esse ciclo, mas o desempenho de seus filmes recentes na bilheteria foi tão desastroso que só Jack Sparrow para ressuscitá-lo na indústria. Longe dos holofotes, ele deu seu aval, mas condicionando o retorno à história. Foi Jeff Nathanson, o roteirista de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que trouxe a solução, criando os conflitos familiares, entre pais e filhos. Só para lembrar, o Reino já era a história do reencontro de Indy com seu filho.

Fonte: Estadão