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“Tive um surto e resolvi entregar a criança”, diz mãe que “doou” bebê

 A mãe do menino que havia desaparecido em Santa Catarina e foi encontrado em São Paulo disse à TV Globo que entregou o filho após ter um “surto”. O bebê de 2 anos foi achado no dia 8 com Marcelo Valverde Valezi e Roberta Porfírio de Souza Santos, que foram presos em flagrante.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A mãe do menino que havia desaparecido em Santa Catarina e foi encontrado em São Paulo disse à TV Globo que entregou o filho após ter um “surto”. O bebê de 2 anos foi achado no dia 8 com Marcelo Valverde Valezi e Roberta Porfírio de Souza Santos, que foram presos em flagrante.

“Eu tive um surto e resolvi entregar a criança”, disse Nathalia Areias Gaspar.

Conforme revelado pelo Metrópoles no sábado, a mãe conheceu Marcelo, há cerca de dois anos, por meio de um grupo do Facebook voltado para famílias que querem adotar e mães com a intenção de “doar” seus filhos.

Mensagens de WhatsApp indicam que, em um primeiro momento, Marcelo queria adotar o menino, mas desistiu. Ele teria, então, intermediado o contato entre Nathalia e Roberta, que tinha interesse em ficar com a criança.

Nas conversas, Nathalia alterna expectativas em relação à criação do bebê e admite a incapacidade emocional e financeira de oferecer uma vida estável para o filho

À TV Globo, a mãe detalhou como Marcelo tentava convencê-la de que era melhor que outra família ficasse com o menino. A mulher diz ter depressão e ansiedade.

“Ele contou a história dele, que ele é ‘tentante’ junto com a mulher dele, já tiveram diversos abortos. Ele falava muito que se eu botasse uma criança no mundo para sofrer, aquilo ia me gerar carma, gerar carma na criança, então ele foi usando tudo o que ele podia”, disse Nathalia.

Depois das primeiras conversas, há cerca de dois anos, ela e Marcelo ficaram sem se falar até abril deste ano. Na ocasião, Nathalia o procurou, e os dois voltaram a conversar.

Segundo a TV Globo, inicialmente, a mãe faria a entrega da criança a Roberta na praça de alimentação de um shopping em São José (SC), mas Roberta teria se atrasado.

O encontro então ocorreu na rua. Uma câmera de segurança registrou o momento em que um carro buscou mãe e filho. Segundo a mãe da criança, o carro parou no estacionamento de um supermercado e ela afirma que foi convencida a tomar a decisão de entregar a criança.

“Eu teria que tomar uma decisão ali mesmo, né? Por pressão e pela manipulação, que eu já estava ali naquele local, dentro do carro deles, eu acabei cedendo e fazendo isso, né? Eu tive um surto e resolvi entregar a criança, mas sem pensar que poderia ser uma quadrilha de tráfico ou algo do tipo”, diz Nathalia.

 Noite em hotel

Para não voltar para casa sem o filho, a mãe pediu para passar a noite num hotel, como mostram as imagens obtidas pela TV Globo. Roberta Porfírio pagou a diária em dinheiro.

Nathalia voltou para a casa no feriado de 1º de maio. No mesmo dia, o bebê foi levado a Balneário Camboriú, onde Roberta tem família. Em seguida, o menino foi levado de carro até o bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo.

“Foi ali, naquele momento, que começou infelizmente a cair a ficha do que eu realmente tinha feito. E foi aonde, no outro dia, eu atentei contra minha própria vida, né?”, disse Nathalia à TV Globo.

Mesmo após entregar o filho, a mulher manteve contato com Marcelo. Ela pedia que ele enviasse fotos do menino e garantisse que ele não seria entregue a uma outra família.

“Adoção à brasileira”

A defesa de Marcelo afirma que o grupo do Facebook que reúne famílias que querem adotar e mães que querem “doar” crianças não é um método alternativo para adoção. A ideia do grupo é que as mães entreguem os filhos e só depois as novas famílias consigam aval da Justiça para a regularização da guarda.

“Seria uma adoção à brasileira. Na realidade, depois que é feita a entrega, dá para entrar com um pedido judicialmente pela guarda e fazer a adoção por meios legais”, diz Laryssa. “Esses grupos são mais comuns do que a gente imagina. Fazendo uma pesquisa rápida, você encontra vários.”

A defesa de Marcelo diz ter provas de que Nathalia entregou o filho voluntariamente e de que não houve qualquer pagamento. Segundo as advogadas, conversas de WhatsApp entre ele e a mãe do menino mostram que ele só tentou ajudar.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba