Aos 84 anos

REGISTRO COMOVENTE! Acamado, Roberto Müller canta e emociona os fãs: “Vida Longa Ao Rei” - VEJA VÍDEO

Circula nas redes sociais um vídeo do cantor e compositor brasileiro Roberto Müller aos 84 anos, cantando uma música.

O que chama atenção é que o cantor parece estar acamado e um pouco abatido pela velhice.  Fãs comentam o vídeo demostrando emoção e carinho pelo grande cantor.

“Um abraço meu amigo e ídolo, Roberto Müller !!! Lembro com muita saudade e alegria daquele show “Brega Areia” que o senhor fez em Areia-PB em 2013. Eu fui para aquele show para ver você cantar seus grandes hinos ! Lembro das fotos que eu tirei com o senhor depois do show. Comprei seu DVD e guardo com carinho até hoje ! Fique na Santa Paz de Deus e que Ele lhe dê muita saúde, paz e alegria. Vida Longa Ao Rei Roberto Müller: “O Pingo De Ouro” !!!!!”, escreveu um fã.

O piauiense José Ribamar da Silva, 80 anos, nome artístico: Roberto Muller, reside em Recife -PE e foi um dos cantores mais populares do País entre os anos 60 e 70.

Roberto Muller, que ganhou o epíteto de Pingo de Ouro, por medir 1,53 de altura, namorou estrelas do rádio, entre elas Clara Nunes, Elza Laranjeira entre outras. A maioria dos que o vêm passar numa cadeiras de rodas, conduzida por Dagmar Pereira, sua mulher, não o reconhece ou não sabe de quem se trata. No entanto, todos, com raras exceções, identificarão, nos primeiros versos, um de seus maiores sucessos, Entre espumas (Luis Marquetti):

“Uma noite, sentou-se em minha mesa/e entre tragos lhe dei todo o meu amor”, um bolero, com letra trágica de tango, que o Brasil escuta há 49 anos. Um hit que estourou entre o ocaso da Jovem Guarda e a eclosão da Tropicália, em 1968: “Não foi o meu maior sucesso, mas foi a que mais me deu dinheiro”, disse Muller. Embora o tropicalismo tenha incursionado pelo bolerão, foi exatamente depois do aguçado senso crítico de Caetano Veloso & cia. que cantores como Roberto Muller ganharam o rótulo de brega. Seu período de fausto, de total apoio de gravadora acabaria em 1971, quando deixou a CBS.

Roberto Muller ficou com o movimento das pernas prejudicados depois de um AVC. Em 2010, uma publicação piauiense, sobre personalidades nascidas no Estado, o deu como morto em 1973. Roberto Muller processou o Estado do Piauí.

O INÍCIO:

José Ribamar da Silva nasceu, em 1937, em Piracuruca, no Piauí, mas aos três anos já morava em São Luís, no Maranhão. Sua ascensão aconteceu conforme a cartilha da época. Adolescente, participava de programas de calouros nas emissoras da capital maranhense. Em 1953, já era um nome estabelecido, pelas participações na Rádio Timbira, depois na Rádio Difusora. Muita gente o incentivava a ir para o Rio, onde estavam as grandes oportunidades e onde chegou em 1959.

O sucesso não lhe veio de imediato, mas gravou o primeiro disco mais rápido do que esperava. Um encontro com José Bartolomeu, um conterrâneo, que dirigia um pequeno selo fonográfico, o Magistral, levou Roberto Muller a estrear um 78 rotações. O disco não fez sucesso, o que quase causou sua volta a São Luís.

“Caitituar” era uma expressão muito usada no mercado do disco. Significava a ida do artista ou divulgador aos programas de rádio, a fim de convencer os apresentadores a tocar determinada música: “Se não era conhecido do público, pelo menos ia fazendo amigos em emissoras de rádio e TV, o que foi bom, porque alguns amigos me deram chance de ganhar cachês”, contou Muller, em 1964, em sua primeira grande entrevista à Revista do Rádio, a mais importante publicação especializada da época.

Ele esperava o resultado de testes feitos na Chantecler e Odeon, quando os compositores Elias Soares e Sebastião Rodrigues o levaram a Astor Silva, maestro da CBS. Um teste rápido e o cantor passaria a circular pelos subúrbios cariocas, e cidades vizinhas como crooner da orquestra de Astor Silva. Uma adolescente mineira chamada Wanderléa também era crooner da orquestra:

“A gente cantou juntos, ou revezava, eu cantava quando ela não podia ir”, lembra Roberto Muller. Logo ele seria contratado pela CBS, e conviveria não apenas com a futura rainha da Jovem Guarda, mas também com o Rei Roberto Carlos, e parte da nobreza do iê-iê-iê – Jerry Adriani e Renato Barros, dos Blue Caps, foram dois deles. Roberto Muller contesta a versão de que a jovem guarda teria escanteado o bolerão do mercado, como fez com o forró:

“Isto não aconteceu, continuei fazendo sucesso, muitas vezes cantei com o pessoal da Jovem Guarda, nas caravanas musicais de Chacrinha, com quem sempre me dei muito bem. Se tive problemas na época foi com a censura, que cismou com Mulher de Cabaré e Colecionador de Chifres”, lembra ele.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba