Pequeno Arthur

Fala de ex-ministro gera dúvidas sobre a morte do neto de Lula

O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) afirmou em entrevista ao repórter Fernando Mellis, do R7, que a causa da morte do neto do ex-presidente Lula, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, não foi meningite meningocócica, como foi divulgado.

Arthur morreu há um mês, horas após dar entrada no Hospital Bartira, da rede D’Or, em Santo André (SP). Segundo Padilha, que também é médico infectologista, a divulgação de que se tratava de um caso de meningite meningocócica espalhou preocupação e busca por vacinas e medicamentos em toda a região.

A questão é que ao colocar em dúvida um diagnóstico amplamente divulgado pela imprensa, um mês depois do ocorrido e com o estrago já feito, o ex-ministro atira sombras num assunto seríssimo. Com a dúvida exposta, nasce a pergunta: do que morreu então o neto do ex-presidente?

Padilha prefere transferir responsabilidades.

“Com certeza eles [Vigilância Sanitária de Santo André] já têm o diagnóstico que descarta qualquer doença contagiosa que obrigue a população a procurar qualquer vacina ou medicamento”, afirmou.

Ele cobrou também explicações por parte do hospital e da Secretaria de Saúde de Santo André.

“O diagnóstico que vazou é de uma doença bacteriana, altamente contagiosa, e que desencadeia tanto na Vigilância Sanitária municipal quanto na população uma série de medidas de profilaxia em relação a isso.”

Padilha diz ter ouvido relatos de que a notícia “desencadeou uma procura por vacina contra meningite na cidade”. “Tem gente dizendo que chegou a pagar mais de R$ 1.000 por uma vacina… as pessoas que tiveram contato com o menino saíram em buscas de medicamentos específicos”, conta.

O ex-ministro porém não quer falar sobre real causa da morte. O importante para ele é que a Secretaria de Saúde de Santo André tranquilize a população em relação ao fato de não ter havido um caso de meningite.

“Eu não sei se querem ou não querem [divulgar]… não se deve cobrar da família isso”, desconversou.

Um mês depois, quando o pânico instaurado se dissipou e quem correu atrás de vacinas certamente já o fez, Padilha resolve criar um mistério a cercar uma morte do neto de um ex-presidente. As dúvidas lançadas são tardias, revolvem um assunto obviamente doloroso, mas que agora precisa ser esclarecido. Padilha precisa terminar o que começou. O país agora quer saber o que realmente matou Arthur. Afinal, a fala que questiona a precisão do diagnóstico já gerou as teses mais alopradas e as mais absurdas teorias de conspiração. Há portanto que se ter responsabilidade.

Fonte: R7
Créditos: R7