Correio Braziliense

'É demais imaginar que haveria um conluio': Vital do Rêgo critica tese de supernofiticação de mortes por Covid-19

Médico por formação e integrante do Tribunal de Contas da União desde 2015, o ministro paraibano Vital do Rêgo confia na seriedade da instituição para deliberar sobre o rumoroso documento produzido pelo auditor Alexandre Marques, com supostos indícios de supernotificação no registro de mortes por covid-19.

Médico por formação e integrante do Tribunal de Contas da União desde 2015, o ministro paraibano Vital do Rêgo confia na seriedade da instituição para deliberar sobre o rumoroso documento produzido pelo auditor Alexandre Marques, com supostos indícios de supernotificação no registro de mortes por covid-19. Em entevista ao Correio Braziliense, ele criticou a tese apresentada no documento.

O documento foi mencionado pelo presidente da República, em um sinal preocupante de que informações inverídicas e não oficiais, tratadas no âmbito do tribunal, chegam por canais paralelos ao Palácio do Planalto. “O que há de mais grave nesse episódio é apossibilidade de se confundir um ato isolado com um posicionamento institucional, o que nunca ocorreu”,esclareceu o ministro.

Nesta entrevista ao Correio, Vital do Rêgo detalhou os trabalhos do TCU na fiscalização dos atos e omissões do governo federal na gestão de recursos para o combate à pandemia e afirma haver mais de 120 processos, entre concluídos e em andamento, sobre atuação de gestores públicos.

Esse acervo, observa Vital do Rêgo, constitui importante base de dados para a CPI da Covid no Senado. Egresso dos bancos de medicina, Vital do Rêgo tem, como tantos brasileiros, uma história particular sobre esse inimigo mortal à saúde. “Conheço o drama nos corredores hospitalares, ainda mais agora, que tenho um familiar muito próximo que luta bravamente pela vida. É importante que todo o país esqueça os extremos e se una em uma só luta, que é a luta pela vacina à luz da ciência”, disse.

Em relação à possibilidade de supernotificação de mortes, ele rechaçou a tese. “Como médico, é demais para mim imaginar que haveria algo orquestrado ou um conluio entre o gestor local e os médicos para, na dúvida, notificarem a
morte como covid em vez de apontarem na declaração de óbito a doença que, de fato, causou a morte. Em outras palavras, seria necessário um grande esquema de fraudes em todo o país, em que milhares de médicos se disporiam a arriscar suas carreiras para atender a interesses políticos. Não me parece minimamente plausível”, disse.

Fonte: Polêmica Paraíba com Correio Braziliense
Créditos: Polêmica Paraíba com Correio Braziliense