
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16/05) que, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado, “vai morrer na cadeia”.
“Eu, com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia. Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí”, ironizou Bolsonaro, referindo-se ao período em que esteve nos Estados Unidos após o fim de seu mandato, incluindo o dia 8 de janeiro de 2023, quando os prédios públicos foram depredados em Brasília.
No dia 26 de março, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete acusados de integrar o “núcleo central” do suposto plano golpista.
Investigação e acusações contra Bolsonaro
Entre os crimes apontados estão: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra a União. As penas somadas podem ultrapassar 43 anos de prisão.
Durante o julgamento, os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino ressaltaram que a presença física em Brasília nos dias dos atos golpistas não é requisito para responsabilização penal, destacando a atuação remota e a influência de Bolsonaro nos acontecimentos.
O ex-presidente também voltou a se declarar vítima de perseguição política por parte do que chamou de “sistema”, que, segundo ele, estaria empenhado em inviabilizar sua candidatura nas eleições de 2026.
“Me prendam. Estou com 70 [anos] já, quase morri em uma cirurgia. Vou morrer, não vai demorar”, afirmou.
Reações e críticas do ex-presidente
Na mesma entrevista, Bolsonaro criticou a recente condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que foi considerada culpada por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), classificando a decisão como “sem cabimento”.
Ele também mencionou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também réu na investigação sobre a trama golpista, e acusou o STF de “ativismo judicial”.
“Eu não sei até quando vou resistir”, concluiu o ex-presidente.