orientações de policiais federais

ENTREVISTA BOMBA: O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero diz que gravou telefonema de Temer

Calero admite ter gravado o presidente da República, Michel Temer, e outros integrantes do governo. O diplomata contou que pediu orientações a “amigos policiais federais”. Segundo Calero, as gravações das conversas com Temer foram feitas por telefone.

Em entrevista ao Fantástico, Calero admite ter gravado Michel Temer.  O ex-ministro da Cultura conversou com a jornalista Renata Lo Prete

 

Brasília - O presidente interino Michel Temer dá posse ao novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, em cerimônia no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)
Brasília – O presidente interino Michel Temer dá posse ao novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, em cerimônia no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)

Neste domingo (27/11), as atenções do universo político estarão voltadas para a entrevista que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero concedeu à jornalista Renata Lo Prete. Um teaser exibido no “Jornal Nacional” deste sábado (26) demonstra o potencial das revelações feitas pelo diplomata ao programa “Fantástico”, da Rede Globo.

Calero admite ter gravado o presidente da República, Michel Temer, e outros integrantes do governo. O diplomata contou que pediu orientações a “amigos policiais federais”. Segundo Calero, as gravações das conversas com Temer foram feitas por telefone.

Na dia 18 de novembro, o diplomata deixou o cargo e informou à Polícia Federal que gravou o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Ele acusa Geddel e o presidente de terem lhe pressionado para aprovar a construção de um edifício em área tombada de Salvador. Geddel seria um dos beneficiários com a construção, já que é dono de um apartamento no prédio em questão.

A denúncia do ex-ministro da Cultura abriu uma crise no governo, que provocou o pedido de demissão de Geddel na última sexta-feira (25/11).

Pivô da maior crise do governo de Michel Temer, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero confirmou pela primeira vez em público que gravou conversas com o presidente da República e colegas de ministério. Ele não era um grampo ambulante, como se imaginou. Gravou seus interlocutores em diálogos telefônicos. Foi o que disse à repórter Renata Lo Prete numa entrevista que irá ao ar na noite deste domingo, no programa Fantástico.

“Por sugestão de alguns amigos que tenho na Polícia Federal, para me proteger e para dar um mínimo de lastro probatório a tudo aquilo que eu relatei no depoimento, eu fiz algumas gravações telefônicas”, declarou Calero. Ele citou Temer. E se absteve de mencionar os nomes dos ministros que grampeou. Conforme já noticiado aqui, foram captadas as vozes do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima e de Eliseu Padilha (Casa Civil).

No depoimento que prestou à Polícia Federal (íntegra aqui), Calero envolveu o próprio Temer e Padilha no caso Geddel. Inicialmente, ele havia relatado as pressões que diz ter recebido de Geddel para levantar o embargo à construção de um edifício de 30 andares em área rodeada de monumentos tombados pelo patrimônio histórico em Salvador. Depois, declarou à PF que as pressões partiram também de Temer e Padilha. Ambos aconselharam Calero a submeter a encrenca à Advocacia Geral da União, que cuidaria de liberar a obra.

Na versão relatada por Calero à PF, Temer lhe disse que Geddel ficara “bastante irritado.” A transcrição anota: “O presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo [que resultou no embargo da construção de prédio no qual Geddel comprara um apartamento] fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução.”

Fonte: metropoles
Créditos: PRISCILLA BORGES