mídias sociais

Em respeito a Marielle Franco, as fábricas de ódio do Facebook fecham por algumas horas

A polarização habitual das redes pareceu recuar ante o luto pela vereadora assassinada, inclusive nas páginas mais militantes

O assassinato de Marielle Franco, em pleno centro do Rio de Janeiro, significa, para muitos, que o país ultrapassou uma linha vermelha em seu caminho rumo ao abismo da violência e da falta de controle. Mas, de certa forma, também revelou onde estão alguns de seus limites. Nas inúmeras reações que surgiram nas redes sociais, observou-se que os sites dedicados a provocar a esquerda deixavam a política de lado e expressavam suas condolências pelo assassinato da vereadora. Segundo dados do Crowdtangle, ferramenta de monitoramento de redes sociais do Facebook, que permite analisar as postagens com maior volume de interações na rede.

“O que difere os homens dos meninos é a hora de saber quando deixar de lado as diferenças políticas e ideológicas: nossos mais profundos sentimentos às famílias da vereadora, que deixa uma filha, e de seu motorista. Somos adversários, inimigos nunca!!”, escreveu o site Socialista de iPhone, famoso por suas críticas à esquerda caviar. Depois de alguns emojis de tristeza, marcaram o PSOL, partido da vereadora.

Brasil com Bolsonaro, um site de apoio ao candidato à presidência que uma vez disse que “os direitos humanos são uma praga, um câncer”, mostrou um lado muito mais humano. “Força para os familiares da vereadora e do motorista, esse crime ainda precisa ser muito bem investigado pois tem resquícios de execução”, afirmou. O candidato não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: El País
Créditos: TOM C. AVENDAÑO e FERNANDA BECKER