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CPI DO FUTEBOL: Rosilene tentou 'captar recursos' da CBF para campanha política do filho

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Rosilene buscou recursos da CBF para financiar campanha do filho a prefeito “Ajuda” foi vetada por José Maria Marin, então presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

Todo mundo que conhece um pouco do futebol local, sabe que a ex-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Rosilene Gomes, gozava de bastante prestígio perante a gestão de Ricardo Teixeira, na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas, o que parece é que a relação entre os dois dirigentes ultrapassou os limites das quatro linhas do campo, desembarcando na disputa político-partidária. Isso porque, no ano de 2012, a dirigente paraibana teria tentado receber recursos da CBF para financiar a campanha do filho, Wagner de Araújo Gomes, então candidato a prefeito do pequeno município de Sossego, localizado no Curimataú paraibano.

O problema foi tão sério que o presidente da CBF na época, José Maria Marin, que estava substituindo Ricardo Teixeira provisoriamente, chegou a negar o ‘apoio’. Em e-mail encaminhado à Rosilene Gomes, Marin alegou que, embora tenha analisado o caso com “disposição benévola”, a CBF não poderia contribuir por já ter respondido ação impetrada pela Procuradoria Eleitoral “por financiar campanhas políticas”.

A informação tornou-se pública em artigo publicado pela jornalista Gabriela Moreira, blogueira do site da ESPN Brasil.

Leia o artigo na íntegra:

CBF foi ‘forçada’ a parar de financiar campanhas políticas

Gabriela Moreira, blogueira do ESPN.com.br

Em e-mail datado de 2012, do então presidente da CBF José Maria Marin, o dirigente afirma que a entidade sofreu ação da Procuradoria Eleitoral por financiar campanhas políticas. Na correspondência, Marin nega pedido da presidente da Federação Paraibana de Futebol à época, Rosilene Gomes.

O pedido era para que a entidade, que existe para cuidar dos interesses do futebol brasileiro, “ajudasse” na campanha do filho da presidente à prefeitura do município de Sossego, Wagner de Araújo Gomes.

José Maria Marin vetou apoio a candidato pedido pela presidente da federação paraibana Na resposta, embora diga que tenha analisado com “disposição benévola”, Marin diz que não poderia contribuir por recomendação jurídica e pela CBF ter sofrido “ação em passado recente”. O e-mail foi enviado menos de um mês depois que o vice-presidente para a região Nordeste, Gustavo Feijó, cobrava o recebimento de R$ 250 mil para a sua candidatura à prefeitura de Boca da Mata, em Alagoas.

Na ocasião, Feijó – que é o atual prefeito da cidade pelo PDT – dizia que já havia recebido R$ 350 mil e que Ricardo Teixeira havia prometido financiar 30% do orçamento total da campanha.

Apuração de “Caixa 2”

O filho de Rosilene não se elegeu prefeito. Teve apenas 950 votos, cerca de 37% do eleitorado. À Justiça Eleitoral o candidato pelo partido DEM declarou bens no valor de R$ 84,8 mil. Sossego é um município de pouco mais de 3 mil habitantes e fica no semiárido da Paraíba.

O e-mail publicado nesta reportagem está em poder da CPI do Futebol, no Senado, e consta do computador pessoal do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, apreendido pela Polícia Federal em 2012.

A CPI vê indícios de “Caixa 2” praticado pela entidade, uma vez que a doação que o prefeito afirma em e-mail ter recebido não consta da prestação de contas do candidato à Justiça Eleitoral.

Gustavo Feijó nega que tenha recebido o repasse.

A princípio, o blog não conseguiu contato com Rosilene Gomes, nem com seu filho, Wagner Gomes. No entanto, após a publicação do post, Rosilene entrou em contato e disse que não se lembrava da candidatura.

Depois, afirmou “que nunca recebeu dinheiro algum de ninguém” e que saiu do futebol por diversos problemas de saúde dela e de familiares. Ainda acrescentou que “nunca se meteu com política” e que não sabe dizer se era comum a CBF fazer contribuições financeiras a políticos.

 

Fonte: Do WSCOM com ESPN