A disputa da prefeitura de João Pessoa e a força de cada um com tempo de TV - Por Sérgio Botelho

O PSB de João Azevedo tem, de partida, 1min46seg, aproximadamente. Garantido, na coligação com os socialistas, agora, o PDT da vice-governadora, com cerca de 1 minuto. O PMDB de Manoel Junior larga com 3min40seg. Um tempo significativo. Os peemedebistas pessoenses alimentam a esperança de somar esse tempo ao do PSDB de Cássio, que é o mesmo sonho de consumo dos sociais-democratas de Luciano. O PTB, de Wilson Filho, conta, sem coligações, com o tempo de 1min20seg, aproximadamente. Não é muita coisa, e, por isso, sairá também em busca de coligações que permitam acrescer tempo no horário gratuito.

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Disputa pessoense: coisa para dois turnos. Saiba os tempos de cada um
Sérgio Botêlho
De uma coisa os principais candidatos à Prefeitura de João Pessoa devem ter certeza: haverá segundo turno. O que forçará a segunda volta é o número de candidatos a participar do pleito previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano.
Pelo menos cinco candidaturas devem ser as que mais chamarão a atenção: a do atual prefeito Luciano Cartaxo (PSD), teoricamente, a mais forte; a do secretário João Azevedo (PSB), também teoricamente, a que deve concorrer mais fortemente com Cartaxo.
E tem mais: a do deputado federal Manoel Júnior (PMDB), que aposta em sua liderança, e na tradição local e na força nacional do seu partido; a do também deputado federal Wilson Filho (PTB), que faz fé na juventude e na estrutura política erguida pelo pai, o ex-senador Wilson Santiago.
Enfim, a do PT, ainda sem nome, acompanhando a orientação nacional da legenda, um pouco de volta às origens da sigla, no sentido de lançar candidato em tudo que é de município. É possível, ainda, candidaturas do PSOL, Rede e outas legendas menores.
Os tempos de cada um
Numa eleição sem dinheiro como vai ser a de 2016, a previsão é de que o tempo de TV venha a ser fator decisivo. Evidentemente, supondo-se que cada um utilizará o tempo de que dispõe da melhor maneira possível, num pleito de caraterísticas tão singulares como o deste ano.
Segundo cálculos feitos pelo Estadão Dados, o PSD de Cartaxo terá aproximadamente 1min58seg. Prevê-se, assim, que os correligionários do prefeito estarão loucos por uma coligação. De preferência com o PSDB do senador Cássio Cunha Lima, com seus cobiçados 2min50seg, aproximadamente.
O PSB de João Azevedo tem, de partida, 1min46seg, aproximadamente. Garantido, na coligação com os socialistas, agora, o PDT da vice-governadora, com cerca de 1 minuto. O PMDB de Manoel Junior larga com 3min40seg. Um tempo significativo. Os peemedebistas pessoenses alimentam a esperança de somar esse tempo ao do PSDB de Cássio, que é o mesmo sonho de consumo dos sociais-democratas de Luciano.
O PTB, de Wilson Filho, conta, sem coligações, com o tempo de 1min20seg, aproximadamente. Não é muita coisa, e, por isso, sairá também em busca de coligações que permitam acrescer tempo no horário gratuito.
Enfim, o PT, dono do maior tempo entre todos os partidos: 3min40seg. A princípio, a legenda deve sair com candidatura própria, ainda que sem nome de peso, uma vez que conforme já adiantou o deputado federal Luiz Couto, maior expressão da legenda, no momento, ele não aceita a candidatura.
Os petistas podem ser cortejados pelo PSB. Ou, pelo PMDB, caso a coligação preferencial dos peemedebistas com os tucanos termine não dando certo.
Os dois principais candidatos
A grosso modo, o PSD de Cartaxo, entre as duas principais candidaturas, pode ser considerado o menos beneficiado, no quadro dos tempos, pelo que se observa, hoje. Ao deixar o PT, da forma como deixou, pode ter fechado portas e janelas à sigla de toda a sua vida, dona do maior tempo de propaganda eletrônica.
Ainda na conformidade com os tempos de TV, o PSB pode conseguir o que quer: apresentar-se como a maior coligação do pleito. É nisso que os socialistas apostam. Mas, não é um projeto tão fácil quanto foi quando da montagem da candidatura de Ricardo Coutinho ao governo estadual.
A candidatura peemedebista fica aguardando a possibilidade de ter os tucanos na coligação. De acordo com o resultado da empreitada, as chances de maior ou menor desempenho no pleito. Não se pode negar a determinação do candidato, que se reelegeu deputado federal contrariando a maioria das análises de então.
A do PTB, na figura do deputado Wilson Filho, que tem revelado bom desempenho na Câmara dos Deputados, vai depender de muitas variáveis. Se o PTB não conseguir juntar partidos, as possiblidades de um bom desempenho diminuem. Restará a apropriação do discurso numa campanha em que se prevê o domínio de argumentos e propostas, como nunca.

Quanto a do PT, convém aguardar a definição do candidato e o desenrolar dos acontecimentos a nível nacional, uma variável de dificílimo controle.