Gregos votam hoje se aceitam cortar benefícios sociais para pagar dívidas

Crise econômica afeta população há anos

imageCerca de dez milhões de gregos irão às urnas neste domingo (5) para decidir, por meio de um referendo, o futuro da política econômica do país.

O primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, convocou a votação para que a população escolha se está disposta a aceitar as condições propostas pelos credores do país –as medidas incluem cortes de gastos do governo, incluindo benefícios sociais, e alta de impostos.

A alternativa apoiada pelo próprio governo é recusar as imposições dos credores e buscar outras soluções para o financiamento do país.

Ao longo da semana, a disputa esquentou e transformou-se em um manifesto pela permanência ou não da Grécia na zona do euro, já que muitos analistas viam como certa essa possibilidade caso não houvesse negociações entre a Grécia e seus credores.

Primeiros resultados por volta das 15h

A pergunta exata no referendo é: “Deve ser aceito o plano de acordo apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25 de junho de 2015 e composto de duas partes, que integram a proposta conjunta?”

O primeiro documento tem como título Reformas para a realização do programa atual e além (Reforms for the completion of the Current Program and Beyond) e o segundo, Análise Preliminar da Sustentabilidade da Dívida (Preliminary Debt sustainability analysis).

O eleitor pode votar “sim” ou “não”.

A votação acontecerá das 7h (1h de Brasília) às 19h (13h de Brasília).

Os primeiros resultados devem ser anunciados por volta das 21h (15h de Brasília). A rapidez do anúncio do resultado dependerá da margem de diferença entre o “sim” e o “não”.

O governo grego disse que pretende renunciar no caso da vitória do “sim”. Não se sabe ao certo o que acontecerá caso o “não” vença, mas é cogitada a saída da Grécia da zona do euro.

Entenda o caso
Atualmente, a Grécia tem uma dívida de 271 bilhões de euros com todos os seus credores. A origem da crise se deu há dez anos, quando veio à tona que o país tinha maquiado suas contas ao longo de vários anos para conseguir entrar na zona do euro.

Depois de 2008, a Grécia sucumbiu diante da crise financeira global e precisou de empréstimos bilionários para manter suas instituições funcionando.

Os empréstimos foram concedidos, mas as condições exigidas em troca foram cortes nas aposentadorias e outros gastos do governo, o que deixou a população insatisfeita.

Na semana passada, uma parcela de 1,6 bilhão de euros, de um empréstimo concedido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), venceu e não foi paga pela Grécia, que pedia mais prazo e condições mais flexíveis de negociação.

Sem alcançar um acordo com os credores, o premiê Tsipras convocou o referendo, que foi aprovado por maioria no Parlamento.

Bancos fecharam na semana
Ao longo da semana que passou, o governo decretou o fechamento de todas as agências bancárias. Só foram permitidos saques em caixa eletrônico, e com limite máximo de 60 euros por dia.

Muitos aposentados na Grécia, no entanto, não têm cartão do banco. Assim, as agências abriram na quarta-feira (1º) para permitir o saque de até 120 euros por pessoa das aposentadorias.

UOL