BOLSONARO...Nem santo nem o cão. Hitler começou com 3% e terminou no poder - Por Josival Pereira

Assim, dentro do contexto nacional, o que se pode dizer do deputado Jair Bolsonaro é que ele não é nenhum santo como pensa uma crescente corrente de direita nem o cão chupando manga como dizem os ativistas de esquerda. É apenas o principal porta-voz da extrema direita, andando pelo país, provavelmente, com a intenção de organizar um partido político específico para a carente que política que representa.

ANÁLISE: BOLSONARO NÃO É SANTO NEM O CÃO CHUPANDO MANGA

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Por Josival Pereira – Do Portal Tambaú247

A passagem do deputado Jair Bolsonaro pela Paraíba, pelos conflitos ativistas sociais de direita e de esquerda e as polêmicas geradas nas entrevistas, faz emergir um oportuno questionamento: quem é ele e o que representa na política nacional?
Foi possível, nas manifestações na Câmara Municipal de João Pessoa, até se ouvir defesas apaixonadas de Bolsonaro. Ele seria a salvação do país pelas suas posições em defesa da pena de morte, do direito uso de armas pelos cidadãos e contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um gritinho meio histérico de uma jovem talvez resuma tudo: “Viva a direita, eu sou de direita”.
Do outro lado, Bolsonaro foi execrado, como tem sido país afora, taxado de conservador, reacionário, fundamentalista, homofóbico e até estuprador, pelo fato de sua célebre frase em relação à deputada petista Maria do Rosário (PT-RS) de que não a estupraria por que ela não merecia.
Na definição do próprio deputado Jair Bolsonaro, ele é verdadeiro, diz o que pensa porque não é politicamente correto; é de artilharia, ou seja, não enjeita uma boa briga verbal e tem posições muito claras em favor da família (contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo), além da defesa da sociedade contra os bandidos (pena de morte, direito de usa de armas, redução da maioria penal, etc.).
No Brasil, a defesa da “família” tem sido eufemismo para definição da corrente de pensamento mais conservadora e, geralmente, de extrema direita. É o que o deputado Jair Bolsonaro é.
Além disso, acrescente-se que, em entrevista ao programa Tambaú de Debate, Bolsonaro disse ser contra toda e qualquer ditadura, mas fez uma defesa apaixonada do período do regime militar, dando a entender que não considera aquele intervalo da história (1964-1984) como uma ditadura. Ou seja: não descarta os militares no poder.
No geral, a corrente de pensamento que Bolsonaro parece representar (direita mais radical) existe em todas as democracias consolidadas do mundo. Faz parte e tem até crescido em alguns países da Europa através do voto.
No Rio, onde se elege deputado federal há 25 anos, a votação do Bolsonaro é sempre crescente, mas deu um salto em 2014. Ele foi o 11º mais votado em 2010 e o mais votado em 2014, com mais de 464 mil, o que representa 6,07% dos votos válidos, mas é pouco mais de 0,3% do número de eleitores. Então, não representa muito.
O perigo de discursos como os de Bolsonaro está na situação de crise moral, política e econômica vivida pelo país.
Na Alemanha, Hitler passou mais de 10 anos obtendo algo em torno de apenas 3% da votação do país. Na crise do final dos anos 20 e início da década de 30 do século passado saltou para 33%. Acabou no poder devido à divisão das outras forças.
Registre-se, todavia, e ainda bem, que não há nenhum sinal de que o Brasil se pareça com a Alemanha daquela época. Em nada.
Assim, dentro do contexto nacional, o que se pode dizer do deputado Jair Bolsonaro é que ele não é nenhum santo como pensa uma crescente corrente de direita nem o cão chupando manga como dizem os ativistas de esquerda. É apenas o principal porta-voz da extrema direita, andando pelo país, provavelmente, com a intenção de organizar um partido político específico para a carente que política que representa.

Autor: Josival Pereira