Carnaval 2019

Patrícia Souza se diz 'honrada' por ser a 1ª musa trans da Mangueira: 'Todos nós somos iguais'

Sabe a história da moça que sai de casa para ir a um baile e é descoberta pelo príncipe? O enredo de “Cinderela” tem semelhanças com o conto de fadas particular de Patrícia Souza, 25 anos, primeira musa transexual da Estação Primeira de Mangueira. O herói da história é o carnavalesco Leandro Vieira.

Sabe a história da moça que sai de casa para ir a um baile e é descoberta pelo príncipe? O enredo de “Cinderela” tem semelhanças com o conto de fadas particular de Patrícia Souza, 25 anos, primeira musa transexual da Estação Primeira de Mangueira. O herói da história é o carnavalesco Leandro Vieira.

“O Leandro me viu na quadra sambando com um amigo, passista da escola, e pediu para ser apresentado. No início, ele me chamou para vir em um carro alegórico, mas depois me convidou para vir como musa. É um sonho pra mim! Estou vivendo os melhores dias da minha vida”, diz.

Patrícia é carioca do bairro de São Cristóvão, mas vive em Londres há 2 anos, Lá, mora com uma amiga e trabalha como cabeleireira. Quando está de férias, corre para o Brasil para matar as saudades da família, dos amigos e do carnaval carioca.

O convite do carnavalesco ganha contornos oníricos por causa do viés tradicionalíssimo da escola, que não costuma aceitar nudez em seus desfiles e foi uma das últimas a permitir que mulheres tocasse na bateria.
“Sempre desfilei. Já saí na Tuiuti, na Portela, mas minha paixão é a Mangueira, onde já desfilei umas oito vezes”, diz.
A apresentação oficial na agremiação foi no último sábado (25), no ensaio de quadra.

“Fui muito bem recebida e estou me sentindo honrada por ser a primeira musa trans da escola. Esse reconhecimento, por eu ser uma mulher transexual, mostra que as coisas podem ter um rumo diferente, onde todos nós somos iguais”, diz ela fazendo coro com o carnavalesco.

Em uma rede social, Leandro escreveu sobre a escolha de Patrícia:

“Eu sou da rua, eu sou da periferia, do asfalto, do carnaval da avenida, do bloco da rua, tô do lado da gente ‘preta’, das mulheres, dos LGBTQI+ e de tudo aquilo que é de ‘contrastes’. A Estação Primeira de Mangueira fascina. Ela, que por se colocar como portadora da tradição, demorou quase 80 anos para aceitar que mulheres pudessem pertencer ao seu grupo de ritmistas, é a mesma que dá voz e acolhe sua musa trans. Fico feliz que isso se dê comigo aqui. Gera o entendimento de que a escola tá viva e antenada. ”

Fonte: G1
Créditos: G1