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'Sim' leva 95% dos votos em consulta para criar país com três estados do Sul, diz comissão

Porto-alegrenses participaram da votação pelo separatismo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

O “sim” teria alcançado mais de 95,6% da votação na consulta do movimento que prega a separação do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para formar um novo país. A votação ocorreu no sábado (1) em quase 2 mil urnas (835 delas no Estado). A coordenação garante que mais de 500 mil pessoas participaram. Até esta segunda-feira (2), ainda faltava computar votos do Rio Grande do Sul, que somou 397 mil votantes, para fechar o resultado do Plebisul.
A superintendente do movimento “O Sul é o Meu País” no Estado, Anidria Rocha, explica que novas consultas devem ser realizadas até 2017, antes de dar encaminhamento à pauta. O movimento quer levar a proposta à Organização das Nações Unidas (ONU).
No Rio Grande do Sul, cidades nas regiões do Vale do Caí, Taquari e Serra Gaúcha tiveram maior participação. Em Porto Alegre, teriam sido 10 mil pessoas. “O povo não aguenta mais ver esta teta chamada sul alimentando grandes oligarquias. Há 25 anos a gente tenta de vários meios chegar a um senso pacífico para transformar esta realidade”, argumenta Moisés dos Reis, presidente da comissão do Plebisul em Porto Alegre.
“Votei pelo sim, penso que nós, aqui do Sul, temos condições de se sustentar e gerar riquezas, hoje geramos impostos e são exportados”, alega o gestor de negócios José Bruno Maciel Gonçalves, que mora em Porto Alegre. “O dinheiro vai e não volta para nós. Não tem que separar?”, provoca Vilmar Kray, metalúrgico de Novo Hamburgo.
O movimento estabeleceu como meta chegar a 5% dos eleitores de cada estado. Em Santa Catarina, foram 272 mil e eram buscados 230 mil. No Rio Grande do Sul, alcançou-se 397 mil, e a meta era de 372 mil. Mas no Paraná foram apenas 24 mil votos. “Não é o ponto fraco, faltou organização. A aceitação é enorme entre os paranaenses”, garante Anidria. Foram 15 meses de preparação da consulta, com gasto de R$ 100 mil. Em Santa Catarina, chegou a haver ameaça da área de segurança de impedir a consulta, que muitos veem com afronta aleis brasileiras.
O movimento, segundo Anidria, foi inspirado no livro A independência do Sul, de 1986, lançado pelo advogado Sergio Alves de Oliveira, em Montenegro. Em 1992, “O Sul é o Meu País” foi criado. A superintendente diz que os adeptos se socorrem em Resolução da 1.514, da ONU, de 1960, que trata da Concessão da Independência aos Países e Povos Coloniais. O processo deve ser encaminhado à União de Povos e Nações não Representadas (Unpo) em busca de reconhecimento.

Fonte: UOL