liberdade religiosa

MP decide não exonerar promotor que torturou esposa 'por razão de fé'

A advogada do promotor é Janaína Paschoal, a mesma do impeachment.

 

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O Conselho Superior do Ministério Público Federal decidiu não haver motivos para exonerar o procurador da República Douglas Kirchner, acusado de torturar física e psicologicamente a própria mulher.

Mais deprimente que a resolução do Conselho, em si, só a intervenção do conselheiro Carlos Frederico. Para ele, Kirchner APENAS sofre de transtornos mentais, e essa “fragilidade” (encher a mulher de porrada e prendê-la num quarto sem comida e sem banho) veio da “fé”.

Mais brilhante ainda foi a advogada, Janaína Paschoal: Ao encher a mulher de porrada, Kirchner estava exercendo o saudável direito de liberdade religiosa. Isso mesmo. Por essa razão, nunca houve qualquer razão para se aplicar a Lei Maria da Penha, no caso. “Ele está sendo punido por ter acreditado. O que está acontecendo aqui é um julgamento da fé”.

Os altos salários da instituição passaram a ser alvo de uma casta de classe média que, adestrada em cursinhos intensivos de preparação para concursos públicos, tem pouco ou nenhum compromisso com a democracia e os direitos de cidadania. Livre de qualquer controle social e sem nenhum vínculo de subordinação a nada nem a ninguém, cada promotor e procurador brasileiro virou um príncipe com poderes absolutos e indiscutíveis. O fato de estarem, agora, liberados para espancar mulheres em nome da fé é só uma consequência nefasta desse estado de coisas.

Leia na íntegra o texto de Leandro Fortes retitulado por Tijolaço

Fonte: DCM