Economia

Indecisão em torno da reforma da previdência causa pior mês da Bovespa desde escândalo da JBS

Os risco envolvendo a aprovação da reforma da Previdência até a semana que vem, data que originalmente vinha sendo colocada pelo governo, voltou mais uma vez a pesar fortemente no mercado hoje, em dia em que nem o movimento positivo do exterior foi suficiente para acalmar os ânimos dos investidores.

O percentual de fechamento do Ibovespa foi atualizado pela bolsa de 1,26% para 1%. O leilão de fechamento das ações da CPFL foram estendidos perto do fechamento depois que um erro operacional levou ao cancelamento de uma operação envolvendo 500 mil papéis da companhia, segundo informou a B3)

Os risco envolvendo a aprovação da reforma da Previdência até a semana que vem, data que originalmente vinha sendo colocada pelo governo, voltou mais uma vez a pesar fortemente no mercado hoje, em dia em que nem o movimento positivo do exterior foi suficiente para acalmar os ânimos dos investidores.

O Ibovespa fechou em queda de 1%, aos 71.971 pontos, depois de tocar a mínima intradia de 71.215. É o pior desempenho do índice desde que o balanço aquém do esperado da Petrobras colocou o Ibovespa nos 70 mil pontos, em 14 de novembro (70.826 pontos). O giro financeiro hoje, mais forte, foi de R$ 11,16 bilhões.

No acumulado de novembro, o índice caiu 3,15%, a pior performance desde maio, quando a delação dos controladores a JBS envolvendo o presidente Michel Temer levou o Ibovespa a cair 4,12%.

A piora do mercado ocorreu principalmente nos últimos dias, conforme sinalizações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM–RJ), começaram a tornar a possibilidade de aprovação da reforma este ano ainda menos provável. A queda da bolsa brasileira ocorre em um dia que os índices acionários americanos renovam máximas históricas, enquanto as bolsas latino-americanas registram perdas menos expressivas — consolidando a leitura de que, agora, são aspectos políticos domésticos os grandes responsáveis pelas vendas.

Segundo um operador, Maia reforçou o tom pessimista em um momento que o prazo final para a reforma, a semana que vem, começa a se aproximar, o que levou os investidores a preferir encerrar o mês menos exposto ao risco.

A leitura de que ativos de mercado reagem a aspectos políticos fica mais evidente em ações como as da Eletrobras, que também faz parte da agenda do governo com o processo de privatização, teve as ONs (-6,30%, a R$ 18,73) e as PNBs (-5,74%, a R$ 21,36) fechando em forte queda. O Banco do Brasil caiu 3,95%, a R$ 29,93. Em recuperação no fechamento em dia de petróleo em alta, a Petrobras PN subiu 0,33%, a R$ 15,38, enquanto a ON avançou 0,25%, a R$ 15,95.

A maior queda do dia ficou a cargo da ON da CPFL, com a saída em massa de investidores que não querem ficar em um ativo que deve perder a liquidez depois que a State Grid, controladora da empresa, realizou a oferta pública de aquisição de ações (OPA) hoje. A ação recuou 16,97%, a R$ 20,99.

Amanhã, a bolsa divulga primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa. A expectativa de entrada de ativos como a Magazine Luiza deve movimentar os mercados, enquanto o tema da reforma da Previdência ainda deve continuar fazendo preço nos ativos.

Fonte: Valor Econômico
Créditos: Juliana Machado