Lena Guimarães

A oposição acha que Ricardo Coutinho deu um “tiro no pé” ao anunciar ato de exoneração coletiva dos ocupantes de cargos comissionados, com o objetivo de expor as indicações de ex-aliados, agora comprometidos com a candidatura de Cássio Cunha Lima. E pretendem explorar o que rotulam como “erro estratégico”.

O quadro de comissionados tem 3.743 ocupantes. Existe outro reservado exclusivamente para servidores da ativa, com 1.966 ocupantes. Não serão atingidos os lotados nas secretarias de Saúde, Educação, Segurança, Administração Penitenciária e Finanças. Voltarão a ter emprego os que estiverem engajados no projeto de Ricardo Coutinho.

A oposição aposta que como os exonerados são de todas as regiões, a repercussão será grande e reavivará o efeito das demissões do início do governo, quando Ricardo teria desligado 28 mil ‘temporários’, alguns com mais de 20 anos de serviços prestados.

Prevêem dano ao invés de ganho eleitoral para o Governador. Citam o exemplo de Tarcísio Burity, que foi campeão de votos até demitir 25 mil servidores, por recomendação do TCE, no seu segundo governo. Nunca mais foi eleito. Tentou chegar ao Senado, mas perdeu em 1998 para Ney Suassuna e em 2002 para José Maranhão e Efraim Morais.

Lembram que nem as grandes obras foram suficientes para salvar Burity. E ele construiu o Espaço Cultural, o Mercado do Artesanato, a via Litorânea de Intermares,  os terminais Rodoviários de João Pessoa, Campina e Guarabira, o Hemocentro, a barragem Gramame-Mamuaba que abastece a Capital, 50 mil casas populares e 1.500 Km de estradas.

Por esse efeito, as demissões vão estar em discursos, entrevistas e mensagens nas redes sociais, mostrando Ricardo Coutinho como um político “perseguidor e antidemocrático”, como foi rotulado, ontem, pelo ex-prefeito Luciano Agra, que lamentou as exonerações de “profissionais, técnicos, pais e mães de família, pela simples suposição de que eles não votarão nele para que permaneça no poder”. Esse é o tom.

Os oposicionistas apostam que o argumento de Ricardo Coutinho, de que não pode governar com quem não está engajado no seu projeto de governo, só confirma o da oposição, de que são demissões políticas, resultado de opções políticas, que pretendem efeitos eleitorais.

Presume-se que o alarde nas substituições era uma demonstração de força. Virou instrumento contra Ricardo.

 

 

TORPEDO

Em 2003 o doutor Cássio, em 2009 o doutor Maranhão governariam com quem estava antes? Evidente que não! Isso é tão elementar que me assusta as pessoas tentarem fazer algo que está completamente fora, enquanto dimensão.

 

Do governador Ricardo Coutinho, sobre a exoneração de ocupantes de cargos comissionados.

 

 

 

Pedro e Vené

“Homem íntegro, honesto, trabalhador e que esteve a frente do seu tempo em busca de ajudar o próximo”. Foi assim que Veneziano Vital do Rêgo definiu seu avô, o ex-governador Pedro Gondim, ao lançar site que festeja seu centenário.

 

História inspiradora

No endereço www.pedrogondim.com.br, os interessados poderão conhecer a história do ex-governador que renunciou ao poder que ocupava como vice, virou oposição e venceu os poderosos José Américo e Rui e Janduhy Carneiro.

 

Contas de RC

O presidente da Comissão de Orçamento da ALPB, Raniery Paulino (PMDB) marcou para quarta-feira a apreciação do relatório do deputado Frei Anastácio (PT), sobre as contas de 2011 do governador Ricardo Coutinho.

 

Contraditório

Raniery disse que se a análise recomendar, votarão pela aprovação. Se o relatório concluir pela desaprovação das contas, irão convocar o governo para apresentar defesa. Depois de apreciada na Comissão, seguirá para o plenário.

 

 

 

ZIGUE-ZAGUE

+ Veneziano Vital do Rêgo foi firme, ontem, ao negar reaproximação do PMDB com Ricardo Coutinho. Disse que sua candidatura incomoda por está bem posicionada.

+ 50 anos do golpe de 64: a Escola Estadual Presidente Médici passará a se chamar Presidente João Goulart. Ricardo Coutinho já encaminhou o projeto de lei à ALPB.

 

 

 

Partida

Muito lamentado o falecimento do vice-prefeito da cidade de Jericó, José da Silva Oliveira, de 74 anos. Como político, conhecido como Zé Leopoldo, cumpriu dois mandatos, tanto como vereador, quanto como prefeito do município onde nasceu, no alto sertão da Paraíba, onde ainda exercia função de destaque. A cerimônia de despedida, realizada na última sexta emocionou familiares, amigos e conterrâneos.

 

 

 

PONTO FINAL

Emocionante a fala da presidente Dilma na cerimônia que lembrou os 50 anos do golpe militar. “Nós aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes e ativos. Aprendemos o valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger por um voto direto e secreto de todos os brasileiros, de governadores, prefeitos… De eleger, por exemplo, um ex-exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher também, que foi prisioneira”. Esse é o Brasil que defenderemos, sempre!