Veneziano diz que Cunha manobra para retardar o processo contra ele

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Em entrevista a Rádio Arapuan FM, o peemedebista Veneziano Vital (PMDB) -afirmou que a maioria dos integrantes do parlamento tem a convicção de que Cunha tenta a todo custo retardar o processo sofrido contra ele, por quebra de decoro parlamentar, no Conselho de Ética da Câmara.

O parlamentar lembrou que a crise política se agravou no Congresso quando o presidente da Câmara dos Deputados aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, no último dia 2. Cunha deu aval à representação ingressada no dia 21 de outubro pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal e que foi endossada por partidos de oposição. A decisão se deu justamente no dia em que a bancada do PT fechou questão pela continuidade das investigações contra Cunha no Conselho de Ética, que podem dar ensejo à perda do seu mandato.

“A impressão que ficou patente foi a tentativa de postergar o processo de análise sobre a admissibilidade da representação feita [Contra Cunha, no Conselho de Ética]. Uma delas, vocês vão recordar que há vinte dias, numa quinta-feira, o presidente Eduardo Cunha, que faz todas as quintas com naturalidade o trabalho deliberativo, convocou uma sessão ordinária, e o antecipou para coincidir com o trabalho que estava sendo feito pelo Conselho de Ética, e demais outras comissões”, disse o deputado, que complementou:

“Isso ficou muito patente, ficou muito claro de que aquela tentativa era de que, ao começar a ordem do dia, necessária e regimentalmente, todas as outras comissões teriam que paralisar os seus trabalhos, inclusive, o próprio Conselho de Ética. Isso gerou aos presentes um tipo de reação, com o qual eu não concordo, até porque não acredito que essa postergação não leva se não a um prejuízo dele mesmo, porque gera aos integrantes do conselho uma aceitação da admissibilidade da representação, uma antipatia dos seus”.

Ainda de acordo com Veneziano, a convicção do retardamento ficou ainda maior com a decisão da Mesa Diretora em afastar o deputado federal Fausto Pinato (PRB-SP) do posto de relator do processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “A retirada do deputado Fausto Pinato não caberia. Houve uma decisão da mesa, que é o próprio Eduardo Cunha e seus companheiros, que deram essa orientação. Então você fica criando esse cenário de desconfianças. O que ao meu ver é prejudicial a ele mesmo, ao presidente Eduardo Cunha”, relatou.