eleições 2022

TSE multa empresa por pesquisa de intenção de voto

O levantamento foi feito por telefone. Ouviu 1.200 pessoas de 16 a 19 de agosto em 323 municípios de MG, segundo o registro no TSE.

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), multou em R$ 80.000 a Futura Inteligência, responsável pela pesquisa Modalmais/Futura, por um levantamento de intenção de voto divulgado em agosto de 2022.

A pesquisa foi registrada no TSE como sendo sobre Minas Gerais, mas tinha perguntas sobre o Rio de Janeiro e foi apresentada aos eleitores como sendo a respeito de São Paulo.

O levantamento foi feito de 16 a 19 de agosto. Ao registrá-lo no TSE, a Modalmais/Futura informou que a pesquisa seria sobre intenção de voto para os cargos de governador e senador em Minas.

O questionário, no entanto, apresentava perguntas sobre o Rio de Janeiro e a respeito da disputa para a Presidência da República. Já no cabeçalho, dizia ser “uma pesquisa sobre assuntos políticos de São Paulo”.

Nela, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu à frente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais. O levantamento, com margem de erro de 2,8 pontos percentuais, teve o resultado divulgado por portais como O Antagonista e Metrópoles. Eis a íntegra do questionário (197 KB).

Ao definir a multa, a ministra indicou as seguintes irregularidades:

  • o fato de a pesquisa ter sido registrada como sendo sobre Minas, mas o questionário ter perguntas respeito do Rio de Janeiro;
  • o cabeçalho dizer que o levantamento era sobre “assuntos políticos de São Paulo”;
  • perguntas sobre a disputa à Presidência da República, embora o levantamento tenha sido registrado para tratar só da corrida ao Senado e ao governo de MG;
  • questionário apresentado ao TSE é diferente do apresentado aos eleitores.

“Consta no cabeçalho do formulário que se trata de ‘uma pesquisa sobre assuntos políticos de São Paulo’, muito embora as perguntas constantes se refiram ao Estado do Rio Janeiro, enquanto o registro da pesquisa se deu para coleta de dados no Estado de Minas Gerais. Múltiplas irregularidades!”, afirmou a ministra ao multar a empresa. Eis a íntegra da decisão.

Ainda segundo ela, a pesquisa mostrou “descompromisso não apenas com a legislação eleitoral, mas, também, com a própria integridade dos resultados finais obtidos, em comportamento que, ao fim e ao cabo, culmina por comprometer a confiança na integralidade dos institutos de pesquisa”.

No trecho, a ministra refere-se ao fato de a pesquisa ter concluído vantagem de Bolsonaro em Minas Gerais, embora o presidente tenha ficado atrás de Lula no 1º turno das eleições. O petista teve 48,29% dos votos, enquanto Bolsonaro recebeu 43,60%. No levantamento, o atual chefe do Executivo tinha 46,3%. Lula aparecia com 35,3%.

QUESTIONÁRIO

O cabeçalho da pesquisa dizia ser sobre São Paulo, mas tinha como 1ª pergunta: “Você mora e vota no Estado do Rio de Janeiro?”. Em seguida, apresenta perguntas sobre candidatos do Rio. Outra é sobre quem o entrevistado votaria para presidente.

Em setembro, o ministro Raul Araújo suspendeu a divulgação do levantamento. Disse que ele é confuso ao ponto de lançar “dúvidas inclusive quanto ao Estado da Federação ao qual foi aplicado”.

A empresa disse: “O Banco Modal informa que a Futura Inteligência, empresa com mais de 30 anos de experiência e responsável pela pesquisa eleitoral, esclareceu que os apontamentos realizados em Minas Gerais não têm qualquer relação com o método e/ou resultado apresentados pela sondagem”.

O levantamento foi feito por telefone. Ouviu 1.200 pessoas de 16 a 19 de agosto em 323 municípios de MG, segundo o registro no TSE.

Fonte: IG
Créditos: IG