Suíça: políticos de 5 partidos na lista do HSBC

Políticos de cinco partidos aparecem na lista dos 8.667 brasileiros que tinham contas numeradas (sigilosas) no HSBC da Suíça entre 2006 e 2007. O Estado do Rio de Janeiro tem quatro representantes: o primeiro vice-presidente do PSDB-RJ, Márcio Fortes, o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), seu secretário de Obras à época, José Roberto Mocarzel, e o vereador Marcelo Arar (PT-RJ). Procurados pela reportagem, eles negaram ter cometido qualquer irregularidade.

 

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De O Globo – Chico Otávio, Cristina Tardaguila e Ruben Berta

Políticos de cinco partidos aparecem na lista dos 8.667 brasileiros que tinham contas numeradas (sigilosas) no HSBC da Suíça entre 2006 e 2007. O Estado do Rio de Janeiro tem quatro representantes: o primeiro vice-presidente do PSDB-RJ, Márcio Fortes, o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), seu secretário de Obras à época, José Roberto Mocarzel, e o vereador Marcelo Arar (PT-RJ). Procurados pela reportagem, eles negaram ter cometido qualquer irregularidade.

O levantamento feito pelo GLOBO, em parceria com o UOL, também identificou a presença de Lirio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB-AM, e Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC, além das duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Também foram correntistas do HSBC três filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG). Eles, no entanto, apresentaram documentos que comprovam que suas contas foram oficialmente declaradas no Brasil e, portanto, são legais.

Ao nome do tucano Márcio Fortes, estão relacionadas três contas. Duas delas foram abertas em 1991, quando ele presidia o Banerj. Uma foi fechada em 2003, e a outra, em 2004. Nesse período, Fortes foi eleito deputado federal. Na declaração de bens que enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) em 1998, ele não informou ter contas na Suíça. Em dezembro de 2003, ano em que assumiu seu segundo mandato, abriu a terceira conta, segundo os documentos do HSBC. Em 2006/2007, o saldo era de US$ 2,4 milhões. Em 2006, Fortes voltou a se candidatar ao cargo de deputado, mas não foi eleito. Na declaração de bens enviada ao TRE-RJ também não informou qualquer conta na Suíça.

Fortes é empresário da construção civil e um tradicional doador de campanha. Em 2000, foi a pessoa física que mais doou ao PSDB — o equivalente a 21% do total arrecadado. Fortes já foi presidente do BNDES (1987-1989) e secretário municipal de Obras do Rio (1993-1994).

O petista Marcelo Arar aparece nos documentos do HSBC ligado a duas contas numeradas e abertas de forma conjunta com duas pessoas de mesmo sobrenome.