Indecisos

Silêncio, 57 milhões de eleitores pensando em quem vão votar ! Por Itamar Garcez

O Brasil vivencia a eleição mais incomum em 33 anos de democracia ininterrupta – quiçá da história.

O Brasil vivencia a eleição mais incomum em 33 anos de democracia ininterrupta – quiçá da história. Números recentes de pesquisas eleitorais e sucessivos fatos inusitados sugerem que o eleitor ainda está refletindo sobre o pleito de 7 de outubro.

Três pesquisas eleitorais à Presidência da República mediram o humor dos cidadãos entre 1º e 10 de setembro, duas do Ibope e uma do Datafolha. Todas indicam que há um contingente entre 57 e 72 eleitores de cidadãos que não sabe em quem votar ou não vai votar em nenhum candidato.

Os números foram calculados a partir dos levantamentos espontâneos. O Ibope divulgado no dia 4 aponta 42% de indecisos. O do dia 11, 39%. Já o Datafolha do dia 10, 49%.

Em todos os levantamentos, as mulheres são as maiores pensadoras. O porcentual de eleitoras indecisas varia, nestes três levantamentos, de 50% a 60%.

De acordo com os dois institutos, a faixa dos menos escolarizados concentra um número um pouco maior de eleitores pensando. Do mesmo modo, é nos entrevistados com renda familiar de até 2 salários mínimos onde se verifica a maior concentração de indecisos.

Nestes 2 cortes, escolaridade e renda, o Datafolha indica uma proporção maior de indecisão entre os menos escolarizados e com menor renda. Na pesquisa do Ibope, os porcentuais são mais parecidos com o de outras outras faixas.

“Há um contingente entre 57 e 72 milhões de eleitores que não sabem em quem votar ou não vão votar em nenhum candidato.” Há, portanto, um contingente de proporções chinesas que ainda não indica ninguém ao ser questionado. Basta verificar que, em 2014, Dilma Rousseff reelegeu-se com 54,5 milhões de votos, menos dos que, hoje, não sabem em quem votar.

Há que somar a esta massa de eleitores pensantes os entrevistados que, mesmo indicando um preferido, ainda não estão totalmente decididos. No caso dos mais bem colocados, Bolsonaro e Marina, 3 em cada 10 eleitores ainda podem mudar o voto.

Para além das enquetes, o pleito de 2018 é único se considerados alguns aspectos decisivos. Provavelmente o mais incomum é a existência de dois líderes sub judice.

Fonte: Os Divergentes
Créditos: Itamar Garcez