'de igual para igual'

'NÃO É TRANSFOBIA': projeto de Eliza quer impedir participação de mulheres transexuais em competições com atletas cisgênero; Sandra reagiu

O clima esquentou na Câmara Municipal de João Pessoa na sessão desta terça-feira, 09, após apresentação de projeto de lei da vereadora Eliza Virgínia (PP), que prevê a proibição de atletas transexuais competirem em equipes distintas de seu sexo biológico.

Em entrevista a Rádio Tabajara, a vereadora Eliza defendeu que homens e mulheres não podem competir “de igual para igual”. “Não é questão de transfobia, não, parece que dizer a verdade virou crime”, disse a parlamentar ao justificar seu projeto.

“Uma pessoa que nasce homem tem o pulmão maior, o coração maior, é tudo maior, então é uma pessoa que nasceu homem e se criou homem, lá para os 20 anos muda de sexo, ele jamais vai ser comparado a uma mulher… Ele tem útero? Tem ovário? Ele ovula? Além disso, a densidade óssea dele é diferente e as meninas vem sofrendo muito com isso”, disse a vereadora Virgínia.

Ela citou o exemplo de Tifanny, que joga vôlei e já tem grande destaque nacional gerando polêmica dividindo opiniões acerca da igualdade de mulheres cis e trans numa quadra de vôlei. “Tem homens biológicos disputando com mulheres e tirando o pódio das mulheres”, finalizou seu argumento.

Em resposta ao projeto e declarações de Eliza, a vereadora Sandra Marrocos (PSB) disse que a questão não é só biológica e que há regras específicas no esporte, que precisam ser seguidas para que atletas participem de competições.

“Me deparo com mais uma maldade, quando você tenta desconstruir direitos das pessoas negras, homens e mulheres, a cidadania LGBT, todas as minorias têm que lutar muito para que seus direitos sejam garantidos e, no caso das mulheres trans”, disse a socialista.

Sandra seguiu dizendo que “o projeto da vereadora proíbe a participação de transexuais em competições distintas de seu sexo biológico, e pega o caso de Tifanny para fazer uma fala simplista sobre um tema complexo, que precisa ser debatido para que as pessoas possam entender, quem olha sem entender pode achar que alguém está sendo desleal,  vou solicitar que o caso vá para a Comissão de Direitos Humanos, da qual sou presidenta e que a gente chame alguém para debater, para as pessoas receberem a informação correta”, finalizou a parlamentar mirim.

A vereadora socialista concluiu sua fala destacando que há regras a serem seguidas, que determinam a participação de mulheres transexuais, por exemplo, em competições ao lado de mulheres cisgênero.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba