Parlamentares avaliam

MIL DIAS DE GOVERNOS: quais as marcas das gestões de Jair Bolsonaro e João Azevêdo?

O Governo Federal fez, esta semana, um balanço oficial dos mil dias de gestão do presidente Jair Bolsonaro à frente da administração do país. Para celebrar a data, diversas solenidades estão sendo preparadas em estados brasileiros, com a participação de ministros de estado e anúncio de novas obras.

O Governo Federal fez, esta semana, um balanço oficial dos mil dias de gestão do presidente Jair Bolsonaro à frente da administração do país. Para celebrar a data, diversas solenidades foram preparadas em estados brasileiros, com a participação de ministros de estado e anúncio de novas medidas, inclusive na Paraíba.

O evento ocorreu no Busto de Tamandaré, em João Pessoa, quando foi assinado o contrato para a cessão do Projeto Fosfato de Miriri para uma empresa que deverá dar continuidade às pesquisas visando a produção de fertilizantes de fosfato, com o objetivo de beneficiar o mercado agrícola do Nordeste. Também na ocasião, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação das doses de reforço da vacina contra Covid-19 para idosos acima de 60 anos.

Apesar dos percalços no início da pandemia, governistas destacam que a imunização avançou nos últimos meses, levando o país para os primeiros lugares no ranking mundial, com 240 milhões de doses aplicadas e outras 300 mil distribuídas. Por outro lado, críticos do governo enfatizam possíveis equívocos com a ausência de um isolamento social em âmbito nacional e criticam a suposta lentidão na aquisição dos imunizantes no início da pandemia.

OS MIL DIAS DE BOLSONARO

Os mil dias do Governo Bolsonaro foram marcados, indubitavelmente, pela chegada da Covid-19, que forçou a máquina federal a rever prioridades e traçar novos planos para gerir a crises sanitária, econômica e social. O vírus provocou, em 2020, um debate sobre o alcance das medidas de isolamento e o fechamento de atividades econômicas, bem como pôs à prova a corrida do país pela compra de vacinas.

Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, além do Governo Federal, os governos estaduais e municipais têm poder para determinar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da epidemia do coronavírus, o que gerou divergências entre o presidente Jair Bolsonaro, governadores e prefeitos.

Para parlamentares governistas, a exemplo do deputado estadual Gilberto Silva (PSL), a tentativa do Governo em equilibrar fatores econômicos foi correta. Segundo ele, um ponto crucial foram o envio de recursos para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, com a habilitação de 23 mil leitos nos estados, além do pagamento do Auxílio Emergencial para pessoas vulneráveis e a destinação de crédito para empresas evitarem demissões.

“Houve o pagamento do maior programa de social da história desse país, que foi o Auxílio Emergencial, num momento tão difícil, onde o fecha tudo provocou um prejuízo enorme à população, um aumento do desemprego, um aumento da miséria, e alguns opositores sempre falavam que “economia a gente vê depois”, e agora o problema chegou, e querem jogar a culpa para o presidente, que está fazendo o possível e o impossível”, considerou.

Além do Auxílio Emergencial, que segundo o Governo foi entregue a 850 mil paraibanos com um investimento de R$ 7,3 bilhões, em um vídeo divulgado esta semana o Governo Federal afirma que entregou 54 obras na área da educação na Paraíba, 256 ônibus escolares e instalação de 270 pontos de wi-fi em escolas locais.  Também foram mencionados avanços nas obras da Transposição do Rio São Francisco.

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Crise energética

Com o fechamento parcial da economia em alguns momentos, houve disparada do preço de alimentos. A crise causada pela pandemia também ajudou a elevar o preço dos combustíveis, inclusive no Brasil, que viu a situação energética se agravar com a falta de chuvas em seus principais reservatórios. Além dos preços da gasolina, do diesel e do botijão de gás, a população viu disparar o preço da conta de luz.

Para o líder do governo estadual, o deputado Wilson Filho (PTB), o presidente usa a pandemia “para justificar a ineficiência de ações e políticas públicas”, já que também teria demorado a adquirir imunizantes, que são necessários para o retorno à normalidade.

“A pandemia existiu, existe e matou milhares de brasileiros por todos os cantos do Brasil, mas a ineficiência da gestão da saúde foi uma marca do Governo Federal. Mas eu torço, no entanto, para que a gestão dele seja positiva daqui em diante”, considerou o parlamentar.

Por outro lado, para deputados governistas, a ‘negação’ de oposicionistas com a economia provocou o encarecimento de preços. Mesmo assim, o Governo Federal tem comemorado números de uma retomada econômica, como a criação de 372.265 empregos com carteira assinada no país no mês de agosto, alcançando 2.203.987 vagas em 8 meses, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“Não tô contra a vacina se tivesse contra, Paulo Guedes não teria assinado a medida provisória de dezembro do ano passado destinando 20 bilhões para comprar vacina mas nós respeitamos a liberdade por mais que me acusam de atos antidemocráticos são apenas acusações, ninguém mais do eu respeita o direito de todos, a vacina não pode ser obrigatória.  Tereza Cristina tomou as vacinas e tá em casa, o Bruno Bianco a mesma coisa, o meu filho Eduardo Bolsonaro  a mesma coisa, prato feito para a imprensa dizer que eu sou negacionista, é liberdade, tem certas coisas que você tem ou não tem”, disse Bolsonaro em evento dos Mil Dias, no Palácio do Planalto.

OS MIL DIAS DE JOÃO AZEVÊDO

Embora não tenha feito uma comemoração para marcar a passagem dos mil dias de gestão, o governador João Azevêdo (Cidadania) fez anúncios durante a semana em relação à administração estadual. Um dels, na última segunda-feira (27), foi o protocolo de intenções para implantação de uma unidade industrial destinada à fabricação e manutenção de embarcações de uso comercial, de esporte e lazer no município de Lucena.

No mesmo dia, ocorreu o lançamento do Edital do concurso público da Polícia Civil com a oferta de 1.400 vagas. Já na quinta-feira (30), a plataforma Paraíba Educa foi a vencedora da edição 2021 do Prêmio Excelência em Competitividade, na categoria Boas Práticas, promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Outro dado apontado, divulgado pelo Caged apontou um saldo de 9.485 empregos em agosto deste ano.

Nesta sexta-feira (01), em entrevista à Rádio Arapuan FM, o governador explicou que, apesar de resultados que considera como avanços da gestão, não fez ‘comemoração’ em respeito às mortes por Covid-19 no estado, que passam de 9 mil.

“Esse governo conseguiu dar respostas em todas as áreas de responsabilidade do governo, e se for pensar em obras e investimentos, temos mais de R$ 2 bilhões em obras sendo executadas, algumas concluídas e outras em execução”, revelou.

Assim como o Governo Federal, no âmbito da Paraíba também houve o enfrentamento à pandemia da Covid-19, embora que com uma visão diferente no que tange ao distanciamento social e a medidas de isolamento social, que no estado foram defendidas pelas autoridades locais.

Para o líder do grupo oposicionista na Assembleia, os supostos equívocos ocorreram no campo da economia e da educação, com o fechamento das escolas por um tempo prolongado. “O fecha tudo causou um prejuízo enorme para a população. O problema da economia chegou e agora querem jogar a culpa sobre o presidente”, avaliou.

Para o deputado Wilson Filho (PTB), líder do governo, o Estado acertou ao implementar ações, que segundo ele, são voltadas à assistência social, como o programa ‘Tá na Mesa’, com a disponibilização de refeição de baixo custo para a população vulnerável em 83 cidades, além de medidas que tiveram como foco a saúde.

“Mesmo em momentos de pandemia, anunciamos a construção de hospitais, conseguimos isentar o IPVA de motociclistas e o ICMS de empresas paraibanas. Isso é muito nítido e somos um dos poucos estados que anunciamos obras no meio de uma pandemia”, avaliou.

Muito embora parlamentares façam avaliações distintas sobre as atuações dos governos estadual e federal, as ações ou a falta delas, nos mil dias de governo, mas sobretudo no âmbito da pandemia, além daquelas que ainda serão executadas, certamente entrarão no debate público e nas discussões para a sucessão política vindoura em 2022. Gestores públicos, nesse sentido, serão cobrados pelos eleitores no debate eleitoral que se aproxima.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba