Linguagem

João Dória critíca postura do PSDB e pede que partido passe a falar a língua do povo

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (1º de dezembro), que o "choque de capitalismo" proposto em texto-base do PSDB para 2018 é uma "bobagem".

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (1º de dezembro), que o “choque de capitalismo” proposto em texto-base do PSDB para 2018 é uma “bobagem”.

Ele defendeu que o partido tenha mensagens claras em defesa do emprego e da renda e pediu para que o Instituto Teotônio Vilela, órgão da sigla responsável pelo texto, fale “a linguagem do povo” para vencer a eleição.

“Manda parar com choque de capitalismo, essa bobagem. Vamos falar a linguagem do povo. Gente simples e humilde não está preocupada com choque nem com capitalismo. Não entende o que é isso. Avisa lá no Instituto Teotônio Vilela para falar a linguagem do povo. O povo quer emprego e oportunidade”, disse João Doria, em palestra na Associação Comercial do Rio.

 

O “choque de capitalismo” foi um termo usado pelo então presidenciável tucano Mário Covas (1930-2001) na campanha de 1989 para sintetizar a necessidade de destravar o processo produtivo no país. Ele reapareceu no texto-base “Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos”, que deve orientar o PSDB na campanha de 2018. O documento foi elaborado pelo Instituto Teotônio Vilela e burilado por caciques tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Apesar da crítica à expressão, Doria advogou pela agenda liberal e propôs uma defesa “sem medo” da privatização da Petrobras e dos Correios. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defende abertamente privatizações criadas no governo PT, mas não da estatal petrolífera.

Em mais uma mensagem em sinal contrário à cúpula tucana, o prefeito afirmou que “a única coisa no tucanato que eu não vou ser é em cima do muro”.

Doria defendeu que Alckmin seja escolhido o pré-candidato à Presidência sem prévias. Para ele, é importante ter um “PSDB unido” para “termos uma frente brasileira para lutar pelo país, pelo emprego e pela renda”.

Ele declarou, ainda, que os demais partidos de uma eventual frente também apoiem de imediato o nome do governador de São Paulo para que ele “rode o país”, assim como têm feito o ex-presidente Lula e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

“Se não tivermos essa grandeza, perderemos as eleições. De nada adiantará termos partidos abraçados e derrotados”, afirmou.

Ele voltou a criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como a possibilidade de vitória do petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Em resposta, o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, afirmou que Doria tem “desapreço pelo bom debate e desrespeito com o PSDB e sua história”.

“É preciso ler e conseguir entender o que diz o documento, coisa que, pelo jeito, ocupado em suas viagens, o prefeito ainda não fez”, disse Aníbal.

“As contribuições do prefeito ao debate proposto pelo ITV com o documento ‘Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos’, se por ventura ele as tiver, são muito bem-vindas.”

Fonte: Valor Econômico
Créditos: FolhaPress