Alexandre de Morais

Investigação do STF contra fake news aponta 'gabinete do ódio' na Paraíba; VEJA TRECHO

A investigação também busca verificar a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário e ao Estado de Direito.

Embora a Paraíba não tenha sido alvo da decisão do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou diligências no âmbito do Inquérito que investiga fake news contra a corte e seus membros, a decisão que autorizou a operação da Polícia Federal cita o estado como sede de uma suposta filial do ‘gabinete do ódio’ para a propagação de informações falsas no país.

No inquérito, que também busca verificar a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais, quem cita a Paraíba é uma das testemunhas designadas pelo STF, o deputado federal e presidente do PSL no Ceará, Heitor Freire. Dentre esses ataques coordenados, o depoente salienta a postagem quase simultânea em diversas páginas do Facebook de um vídeo ofensivo ao Supremo Tribunal Federal, comparando-o a uma hiena que deveria ser fustigada por leões.

Conforme o documento produzido pelo STF, as provas colhidas e os laudos técnicos apresentados no inquérito apontaram para a existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática.

“Esse esquema é repetido em diversos outros Estados, podendo o depoente referir-se expressamente a Paraíba, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul. Possivelmente essas filiais existam em todos os Estados da Federação”, disse Heitor. Ele não detalha, no entanto, quem comandaria nem como funcionaria esse “gabinete”.

As investigações tocadas pelo STF também apontaram que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, atuando de maneira velada, fornecem recursos das mais variadas formas para os integrantes dessa organização, inclusive impulsionando vídeos e materiais contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes.

Entre os alvos da operação de hoje estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima. Também serão ouvidos os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG), e os parlamentares estaduais por São Paulo Douglas Garcia (PSL) e Gidelvanio Santos Diniz, conhecido como “Carteiro Reaça” (PSL).

A investigação é criticada por ser tocada ‘de ofício’ pelo STF, sem a presença do Ministério Público Federal (MPF).

Leia trecho:

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba