Política

Hugo Motta pode trocar MDB pelo comando do PRB na Paraíba

Deputado pode buscar novos rumos políticos

Além da promessa de uma boa fatia do fundo eleitoral, partidos estão ofertando o comando das legendas em municípios e estados para atrair deputados e engordar seus quadros durante a janela partidária iniciada na quinta (8).

“Nos estados, o comando estadual é sempre o grande atrativo”, explica a deputada Renata Abreu (SP), presidente do Podemos.

O partido, que tem o senador Álvaro Dias (PR) como pré-candidato à Presidência, espera sair dos atuais 16 deputados e chegar a ao menos 21.

Com a promessa da presidência estadual, legendas menores devem levar nomes de partidos grandes.

Saído do anonimato depois que comandou a CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta estuda deixar o MDB pelo PRB em troca do comando da sigla na Paraíba.

O MDB deve perder cerca de dez deputados, mas o líder do partido, Baleia Rossi (SP), espera que número equivalente ingresse na legenda de Michel Temer. Um dos principais defensores do presidente, o deputado Beto Mansur (SP), hoje no PRB, está de malas prontas para o partido.

O DEM, que lançou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), pré-candidato à Presidência na semana passada, espera receber oito novos deputados e não perder nenhum.

“O comando ou conciliação dos interesses dos deputados nos diretórios municipais e estadual tem peso decisivo”, reconhece o líder do partido, Rodrigo Garcia (SP).

O deputado diz que, no DEM, o valor do fundo a que cada candidato terá direito só será definido depois da janela, em 7 de abril.

Esses recursos, que podem chegar a R$ 2,5 milhões por candidatura de deputado, são o principal motivo de infidelidade partidária.

A Folha mostrou em fevereiro, antes da abertura oficial da janela, o intenso mercado de deputados federais nos corredores do Congresso com ofertas patrocinadas pelos cofres públicos.

A deputada Leandre (PR), líder do PV na Câmara, diz que está conversando com interessados em ingressar na legenda, mas que as ofertas financeiras dos concorrentes dificultam a prospecção.

“Ainda não sei quais estão certos [de entrar no partido], até por que você deve estar acompanhando o comércio que virou essa janela. Tem que ter espírito”, diz Leandre.

DE SAÍDA

Se a concessão do comando dos partidos é motivo para entrar em novas siglas, também é razão para sair.

O atual líder do PSL na Câmara, Alfredo Kaefer (PR), está de mala feita para deixar a legenda depois da chegada do presidenciável Jair Bolsonaro (RJ), que deixou o PSC.

“De pronto, quando o Bolsonaro entrou, eles já cancelaram as executivas estaduais. Fizemos um trabalho de muitos anos e, de repente, somos avisados de que outro nome assumiria”, diz Kaefer, que negocia seu destino. O PSL pode ter mais uma baixa, mas deve obter oito quadros. A bancada tem três nomes.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Folha de S. Paulo