Farra com dinheiro público: CPI da Petrobras, gasto com viagens para nada

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), considera "positivo" o saldo das viagens e afirma que elas foram aprovadas por unanimidade pelos deputados.

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Da Folha de S.Paulo – Ranier Bragon e Aguirre Talento

Além de ter pago R$ 1,18 milhão para uma empresa de investigação que fez um relatório incompleto, a CPI da Petrobras já teve um custo estimado de cerca de R$ 322 mil em viagens nacionais e até uma internacional que pouco acrescentaram ao trabalho de investigação da comissão. A viagem mais cara até agora foi a Londres com o objetivo de tomar o depoimento do ex-diretor da empresa SBM Offshore Jonathan Taylor. Custou R$ 122 mil.

O deslocamento ocorreu por um requerimento do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), vice-presidente da CPI. Apesar de o objetivo ser apenas a tomada de um depoimento, os deputados viajaram na noite de 16 de maio e só embarcaram de volta na noite do dia 20.

Chegaram a Londres no dia 17, um domingo, e não tiveram atividades oficiais. No dia seguinte, foram recebidos em almoço pelo embaixador do Brasil Roberto Jaguaribe. Só no dia 19 pegaram o depoimento do ex-diretor da SBM.

Consta no sistema da Câmara que, por causa de todos esses dias de viagem, os deputados receberam 5,5 diárias, para cobrir gastos como alimentação. Além de Imbassahy, outros sete deputados também participaram.

Taylor forneceu documentos que já havia liberado à CGU (Controladoria-Geral da União) e explicou a atuação do representante da SBM no Brasil Julio Faerman no pagamento de propinas. Como a CGU já tinha esses dados, a comissão não chegou a avançar na apuração.

Deputados discutem a possibilidade de fazer mais duas viagens internacionais, uma ao Canadá, para apurar a obtenção de dados de celulares da Blackberry pela Polícia Federal, e outra aos Estados Unidos, para saber dos processos relacionados à Petrobras naquele país.

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), considera “positivo” o saldo das viagens e afirma que elas foram aprovadas por unanimidade pelos deputados.