Folha de S. Paulo

Emails comprovam que governo Bolsonaro negociou com empresa que denunciou propina na compra de vacinas

Uma nova reportagem publicada nesta quarta-feira (30) pelo jornal Folha de S. Paulo afirma que o ministério da Saúde negociou oficialmente a compra de vacinas com representantes da Davati Medical Supply, empresa que denunciou pedido de propina de US$ 1 por dose feito por um representante do ministério durante a negociação.

As mensagens da negociação foram trocadas entre Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística da pasta e servidor suspeito de oferecer a propina, Herman Cardenas, CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador dela.

Um dos email foi trocado às 8h50 do dia 26 de fevereiro deste ano, por meio do endereço funcional de Roberto Dias, “[email protected]”, e “[email protected]”, sendo a dlog o departamento de logística do ministério.

Na conversa, Cardenas informa da oferta de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca, citando Luiz Paulo Dominguetti Pereira como representante da empresa. “Fico no aguardo para ajudar a obter vacinas para seu país”, diz. Luiz Paulo foi o funcionário da empresa que denunciou à Folha a proposta de propina.

Um outro email foi enviado por parte do departamento de logística da pasta, agendando um encontro com Dominguetti. O email foi enviado pouco depois da mensagem com a oferta feita, às 10h50.

“Este ministério manifesta total interesse na aquisição das vacinas desde que atendidos todos os requisitos exigidos. Para tanto, gostaríamos de verificar a possibilidade de agendar uma reunião hoje às 15h, no Departamento de Logística em Saúde”, diz a mensagem eletrônica.

À Folha, Luiz Paulo Dominguetti disse que o diretor de Logística do ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, na noite do dia 25 de fevereiro.

Confira na íntegra a reportagem publicada nesta quarta-feira pela Folha de S. Paulo. 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba