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Em festa junina de senadores, Renan Calheiros atira Janot na “fogueira”

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi lançado à “fogueira” por senadores em uma festa junina organizada nessa quinta-feira pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).

De acordo com o jornal O Globo, o nome de Janot foi repetido à exaustão pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de um pedido de prisão negado da PGR negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. A festa foi animada pelo deputado Tiririca (PR-SP), que embalou os parlamentares cantando forró.

Outros senadores também criticaram a conduta do procurador-geral, cuja condução à PGR foi aprovada duas vezes pelo Senado. Renan, que analisa um pedido de impeachment contra o chefe do Ministério Público, mostrou aos colegas pelo celular uma notícia que, segundo ele, comprova que Janot “estimulou” o vazamento do seu pedido de prisão “de forma covarde”.

 “Mais de 20 políticos citados: manter sigilo de delação de Machado geraria crise entre Poderes”, dizia o texto exibido por ele.

“Essa notícia comprova que Janot está estimulando os vazamentos. Isso é uma irresponsabilidade. E como pede a prisão com base em flagrante armado, sem comprovação de materialidade e gravação de um chefe de poder com foro?

Grampo de quem tem foro só é legal com autorização da Justiça. A gravação foi feita pelo Sérgio Machado para tentar dar materialidade às delações. Mas existe materialidade? Isso é um absurdo!”, protestou o presidente do Senado entre um gole e outro de uísque.

Na última segunda-feira, Janot pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar a origem do vazamento dos pedidos de prisão feitos por ele contra Renan, o ex-presidente José Sarney (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (RJ).

Na sexta passada, o procurador rebateu em discurso duro a “maledicência” das insinuações de que ele estaria por trás do vazamento das informações.

Segundo relato da repórter Maria Lima, Kátia Abreu e Renan concordaram que o procurador-geral é “fraco”.

A ex-ministra da Agricultura da presidente afastada Dilma Roussef lembrou ao peemedebista que ele foi apontado por Janot como chefe da organização criminosa delatada pelo ex-senador Sérgio Machado.

“Eu não! O chefe era o Sarney. Logo o Sarney, que já está fora de tudo?”, contestou o peemedebista.

De acordo com o Globo, antes de seguirem para a festa de Kátia Abreu, Renan, o líder do PMDB Eunício Oliveira (CE) e o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) passaram na casa de Sarney para acalmá-lo sobre as revelações da delação de Machado.

Fonte: Pragmatismo Político