Em pouco tempo de vida, Manoel Júnior se tornou um dos principais políticos do estado, conseguindo ser Vice-Prefeito da capital duas vezes, Deputado Estadual e Federal por três mandatos consecutivos.
A sua marca mais relevante na verdade foram as quatro vitórias em sua cidade natal. A história política de Pedras de Fogo é entrelaçada com Manoel, ele ganhou sua primeira eleição em 1988, com apenas 24 anos e infelizmente faleceu exercendo o cargo em fevereiro deste ano.
O seu terceiro mandato que correspondia de 2001 à 2004, foi interrompido em 2002 quando o Prefeito se tornou Deputado Estadual. Mas a sua influência na cidade continuou fortíssima, as duas eleições seguintes foram vencidas por sua tia Clarice Ribeiro, que continuou o legado da família na cidade.
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Em 2008, Clarice disputou a prefeitura contra um professor que estava em sua primeira eleição, Derivaldo Romão Dos Santos, mais conhecido por Dedé Romão conseguiu uma votação muito expressiva, se consolidando como o principal nome da oposição em Pedras de Fogo.
Quatro anos depois, Dedé mais uma vez tentou se eleger, na ocasião contra o ex-Vice-Prefeito que assumiu a prefeitura na saída de Manoel Júnior em 2002, Aurilécio Moreira. Em uma eleição acirrada, o candidato da oposição destronou 16 anos de poder do grupo de Manoel Júnior, se elegendo com 8.120 votos (51,30%).
Os mesmos nomes se repetiram em 2016, com Dedé ampliando a vantagem, se reelegendo com 9.705 votos (54,89%). Duas derrotas seguidas acenderam o alerta em Manoel Júnior que decidiu deixar a Vice-Prefeitura da capital e disputar uma eleição em Pedras de Fogo, 20 anos após sua última oportunidade.
O ex-Prefeito teve dois concorrentes nessa disputa, o então Vice-Prefeito Leonardo Barros e o jovem Lucas Romão, sobrinho de Dedé, mas que ainda não tinha experiência política. Manoel impôs sua força e popularidade batendo Lucas, com uma votação parecida com a que Dedé tinha conseguido em 2016, 9.789 votos (52,03%).
A sua morte em fevereiro deste ano abalou toda a cidade, que considerava o Prefeito a principal figura a ter nascido em Pedras de Fogo. Em seu lugar, assumiu o Vice, José Carlos Ferreira Barros, mais conhecido por Bá Barros. A sua posse foi muito criticada, pois ocorreu nas primeiras horas da manhã após o falecimento de Manoel, fato que na opinião de muitos foi um desrespeito a imagem de alguém tão importante no município.
Falando em 2024, teremos os dois mesmos grupos confirmados. Vamos conhecer os prováveis candidatos:
Bá Barros não tinha experiência política até ser escolhido para a chapa de Manoel Júnior em 2020. O seu curto mandato, é até agora marcado por trocas em nomes que eram da confiança do ex-Prefeito. A diretora de comunicação, o Secretário de Infraestrutura e o Procurador do município foram exonerados em menos de um mês de poder.
Outra crítica atribuída por fontes a nova administração, é o protagonismo dado a seu genro Marcos Cavalcante, que se tornou Secretário Executivo de Desenvolvimento e da Infraestrutura e Habitação. Muitos acreditam que isso prejudica a imagem do Prefeito que precisa ganhar popularidade e simpatia visando 2024.
A irmã e a viúva de Manoel Júnior participaram do espetáculo da Paixão de Cristo, que ficou marcado por uma homenagem ao ex-Prefeito, que foi muito criticada por setores da sociedade e da imprensa. Como o falecimento do Prefeito é algo muito recente, ainda é muito cedo para saber se Bá terá algum tipo de apoio político vindo daqueles que eram mais próximos de Manoel nas eleições do ano que vem.
O Prefeito pode conseguir angariar o apoio do Deputado Estadual Eduardo Carneiro, que é muito forte na região do Conde e que estaria interessado em formar uma chapa com seu aliado, o Vereador Itamar Monteiro como um provável Vice de Bá Barros ou de alguém da família Romão.
A reeleição de Manoel Júnior era algo certo em 2024, mas a sua morte abriu espaço para uma possível volta da família Romão ao poder. O ex-Prefeito Dedé deve ser o candidato, ele se filiou recentemente ao PSB e é o nome natural, por já ter sido gestor por 8 anos.
Os candidatos apoiados por Dedé nas eleições passadas tiveram ótima votação, Murilo Galdino e Jane Panta foram os segundos mais votados nas disputas da Câmara e na Assembleia e o Governador João Azevêdo que não foi aliado do grupo de Manoel Júnior, pode se tornar um importante cabo eleitoral de Romão.
O que pode impedir essa candidatura são duas contas rejeitadas no Tribunal de Contas do Estado, quando Dedé era Prefeito e outras denúncias no TCU, o que podem tornar Romão inelegível.
Se o ex-Prefeito não poder concorrer, seu irmão Valdinho deve ser o escolhido. Valdinho teve ótima votação na disputa pela Assembleia em 2018, ficando na segunda suplência.
Ele é considerado o articulador político do grupo, e como seu filho Lucas teve a oportunidade em 2020, o natural é que Valdinho seja o candidato se Dedé for considerado inelegível pela justiça.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba
