Velhos Amigos

Bolsonaro tenta refazer aliança com o PSL para ampliar base no Congresso Nacional

Após o rompimento, em novembro de 2019, Jair Bolsonaro e o PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, voltaram a estreitar laços.

Após o rompimento, em novembro de 2019, Jair Bolsonaro e o PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, voltaram a estreitar laços. Um aceno da legenda com a retirada de Joice Hasselmann (SP) da liderança na Câmara deu início à reaproximação. Depois, o Planalto ofereceu cargos à sigla. Em seguida, aconselhado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), considerado um líder informal do governo, Bolsonaro ligou para o presidente do PSL, Luciano Bivar, há duas semanas. Foi a primeira vez que os dois se falaram desde a crise que levou à saída do presidente da legenda. No fim do ano passado, Bolsonaro disse a um apoiador que Bivar estava “queimado”.

O movimento acontece junto com a negociação feita pelo governo com os partidos do centrão. No lado do Planalto, o distensionamento foi costurado pelo senador Flávio Bolsonaro (RJ), que trocou o PSL pelo Republicanos quando houve a ruptura. Já no PSL, a reaproximação com o governo federal tem sido protagonizada pelo vice-presidente da legenda, Antonio Rueda, e pelo novo líder da bancada na Câmara, Felipe Francischini (PR).

— Não ficou mágoa. Questões nacionais se sobrepõem às pessoais. Óbvio que todos no partido queremos estar em paz com os Poderes. Seja com o presidente da República, seja com os presidentes do Legislativo e do Judiciário. O PSL é o mesmo desde a campanha (eleitoral). Não vejo distorção entre as nossas pautas e as do governo. O governo deu boas demonstrações em pautas tributárias e, assim como o partido, defende privatizações quando elas forem possíveis — disse Bivar, que evitou falar sobre a conversa com Bolsonaro.

Antes de o presidente ser contaminado pelo coronavírus, aliados de Bivar articulavam um encontro presencial entre ambos para a semana que vem.

A oferta de cargos feita pelo Planalto ao PSL ocorreu em paralelo às conversas com o centrão. Foram oferecidos o s comandos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), da Eletrosul e do Banco da Amazônia. O objetivo do governo é que a metade da bancada que ficou ao lado de Bivar na disputa volte a apoiar as propostas do Planalto. Dirigentes do partido, contudo, afirmam que a oferta de cargos não foi aceita. A reaproximação, porém, continua por, na descrição de bivaristas, haver “afinidade de pautas”.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo