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Discussão entre ministros revela "toma lá dá cá" do Governo para eleger presidente da Câmara - OUÇA

Marcelo Álvaro Antônio foi demitido do Ministério do Turismo na última quarta-feira (9) após uma briga com o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo.

Marcelo Álvaro Antônio, recém-demitido do Ministério do Turismo, disse que o Palácio do Planalto prometeu o comando da pasta para o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência da Câmara dos Deputados.

Ele foi exonerado na última quarta-feira (9) após uma briga com o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo.

Em uma mensagem enviada em um grupo de WhatsApp, Álvaro Antônio teria chamado Ramos de “traíra” e dito que o general esconde de Bolsonaro o “altíssimo preço” que o governo tem pago por “aprovações insignificantes” no Congresso.

No mesmo dia, Bolsonaro anunciou que o então presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), Gilson Machado, como novo ministro do Turismo.

O novo titular da pasta se tornou conhecido pelas suas performances tocando sanfona nas transmissões de vídeo ao vivo realizadas semanalmente por Bolsonaro no Facebook.

Em fevereiro de 2019, mês seguinte à posse de Bolsonaro, o ministro foi apontado como patrocinador de um esquema de candidaturas de laranjas dentro do PSL, então partido do presidente.

Reportagem da Folha de S. Paulo revelou, à época, que a sigla teria lançado candidatas falsas em Pernambuco e em Minas Gerais, para fingir que cumpria a regra de destinar ao menos 30% do dinheiro do Fundo Eleitoral para mulheres. O dinheiro de origem pública seria depois direcionado de volta aos caciques da legenda nesses Estados.
Presidente do PSL em Minas Gerais e deputado federal mais votado no Estado, Álvaro Antônio tinha o poder de decidir quais candidaturas seriam lançadas. Segundo a Folha, quatro candidatas teriam recebido R$ 279 mil da verba pública de campanha da legenda, ficando entre as 20 candidatas que mais receberam dinheiro do partido no país inteiro.

Desse montante, pelo menos R$ 85 mil teriam sido destinados a quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do então ministro de Bolsonaro. Juntas, as candidatas somaram apenas cerca de 2 mil votos, apesar do montante recebido para a campanha.

O escândalo resultou na queda do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, que presidiu o PSL interinamente durante as eleições de 2018, e era o responsável formal pela distribuição de verbas públicas aos candidatos do PSL nos Estados durante a eleição.

Em outubro de 2019, a Polícia Federal indiciou Álvaro Antônio sob suspeita de envolvimento no esquema de laranjas.

Fonte: com CBN
Créditos: com CBN