Pedro Guimarães

"Puxou meu pescoço", "Passou a mão em mim": funcionárias relatam situações de assédio por presidente da Caixa

Uma funcionária da Caixa Econômica Federal, disse em depoimento, que foi assediada por Pedro Guimarães, presidente da instituição. Ela afirma que foi puxada pelo pescoço e ter ficado em choque com a situação. Segundo ela, os assédios de Pedro Guimarães aconteciam diante de todos, dentro e fora da instituição. O caso foi revelado pelo portal Metrópoles na terça-feira (28), que relata a existência de uma investigação no Ministério Público Federal.

A mulher que não teve a identidade revelada por sua segurança, foi chamada pelo nome fictício de Ana, ela revelou que Pedro Guimarães trata as mulheres com quem trabalha como se fosse “dono delas”

“É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele.” A reportagem teve acesso a registros que corroboram o relato, mas optou por não exibi-los para não expor a funcionária envolvida. Ana relata que, diante de negativas das subordinadas, ele insiste: “Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”. “Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava mais”, completa.

Este não é o único depoimento denunciando o assédio do Pedro Guimarães, outras mulheres também afirmam ter sido vítimas do presidente. Em outro depoimento, uma funcionária diz que o presidente da Caixa “passou a mão nela”.

Além dos convites para nadar e dos chamados para ir ao quarto de Guimarães, foi surpreendida durante outra viagem, desta vez para uma capital da região Sudeste. Ela afirma que, depois de concluídos os trabalhos, ele estava deixando o salão onde havia jantado quando a chamou para repassar a agenda do dia seguinte e, de repente, enquanto caminhavam, avançou o sinal. “Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, afirma. Ao fazer o relato, Beatriz chora. “Nunca precisei disso na minha vida para ganhar cargo. Prefiro até não ter cargo, mas nunca precisei disso.” Beatriz conta que, na hora, saiu de perto do chefe a passos largos. E que, assustada, procurou um colega que estava nas proximidades. “Falei com esse colega: ‘Fica aqui falando comigo’. Ele respondeu que não estava entendendo nada. Eu disse: ‘Não me solta, só fica conversando, como se nada tivesse acontecido. Finge que estou tratando alguma coisa com você. Nem olhei para trás”, relata. Era para dar tempo de Guimarães sair do ambiente, diz ela. O colega, afirma, continuou sem entender nada. “Nem contei a ele o que tinha acontecido. Depois, subi para o meu quarto e desabei. Chorei, desesperada, em pânico. Ela diz que nunca falou sobre o episódio antes por achar que o relato jamais resultaria em punição para o presidente do banco. “Hoje ainda trabalho nas agendas de vez em quando. Mas tento não ficar perto. Quando tenho que viajar, tenho crise de ansiedade”, afirma.

As mulheres são unânimes ao responder que não denunciaram antes as situações sobre as quais estão falando agora por medo de serem perseguidas. Elas dizem não confiar nos canais de denúncias internas do banco – na Caixa, há um setor, a Corregedoria, que tem entre suas atribuições a apuração de casos do tipo. Uma das funcionárias afirma ter conhecimento do caso de uma colega de trabalho que resolveu comunicar uma situação de assédio que experimentou dentro da instituição, mas logo depois sua “denúncia” chegou às mãos de funcionários do gabinete de Guimarães.

“A gente tinha muito receio, porque a corda arrebenta sempre do lado mais fraco, porque em qualquer lugar em que vá essa denúncia ele pode ter um infiltrado. E isso afeta o resto do meu encarreiramento, no aspecto profissional. Então, era melhor esperar passar”, afirma Thaís. “Noventa por cento das mulheres não vão falar porque ele tem poder”, emenda. “Quando ele percebe que tem algum caso que representa risco, chama para perto, mantém a mulher por perto. Ou então pede às pessoas próximas para que elas sejam observadas”, disse uma delas.

Ao Metrópoles, o banco informou desconhecimento acerca das acusações.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles