Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: O bar Estação - Por Sérgio Botelho

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: O bar Estação - Por Sérgio Botelho

Entre as iniciativas da noite pessoense das décadas de 1980, 1990 e 2000, até já falamos de algumas. Sem ordem de importância nem cronológica, abordamos o Bar da Xoxota, o Cordon Bleu, o Travessia, o Gambrinus, a Adega do Alfredo e o Casablanca, os dois últimos, vizinhos, e obras de um único empreendedor.

Hoje recordo outra brilhante ideia que vingou nessa época por iniciativa de uma autêntica bruxa (ela não acha ruim, não, a qualificação!) da noite pessoense, de nome Ana Gondim. Trata-se do Bar Estação, que funcionou na Avenida Olinda, no Baixo Tambaú, na década de 1990.

Aliás, Ana esteve presente, seja como Relações Públicas ou como proprietária, de empreendimentos entre os mais icônicos da vida boêmia pessoense naquelas décadas do final do Século XX e início do XXI. (Por sinal, me deixe fazer uma penitência junto a ela e aos leitores por não haver citado sua destacada atuação, enquanto RP, no Cordon Bleu, de Lindolfo e Rejane, na primeira quadra da Duque de Caxias, do qual recordei dia desses).

O Estação foi reduto de alguns dos mais destacados músicos da vida paraibana, atuando aqui ou alhures. Não por acaso, o Estação chegou a promover lançamentos de Chico César, Lenine e Jarbas Mariz. Artistas como Alceu Valença, Sivuca, Elba Ramalho, Canhoto da Paraíba, Maestro Moacir Santos, Cassia Eller, Mestre Fuba, Oliveira de Panelas, Otacílio Batista, Diana Miranda, Renata Arruda, Marcos Suzano, Erick von Sohsten, Liss Albuquerque, Letinho, Robério Jacinto, Roberto Lira, Sérgio Gallo, Washington Espínola, Carlos Malta, Chico Lopes, Waltinho do Acordeon, Radegundis Feitosa, Teinha, Washington Andrade, Glauco Andreaza, Sinfônio, Dida Fialho, Milton Dornellas, Marlene Freire, Anabete Mônica, Poty Lucena, Soraia Bandeira, Stênio, Rivaldo Dias, Cromácio Leão, Rucker Bezerra, Regina Brown, Tânia, Estrela, Silvana, Macarrão, Sales, Tadeu Mathias, André, Mauro Correia, Fabíola Lira, Sandrinha Borges, Escurinho, Paulinho di Tarso, Chiquinho Mino, Xisto, Lula e Gracinha Teles, alguns deles já não mais entre nós, brilharam no palco do Estação.

Em agosto de 1994, o bar de Ana Gondim promoveu tocante homenagem aos 60 anos do autor de “Caminhando ou Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, o paraibano Geraldo Vandré, em show produzido pelo jornalista de cultura, recentemente falecido, Ricardo Anísio. Foi um momento grandioso da vida cultural pessoense e muito marcante na trajetória do Estação.

Os trabalhos começavam na quarta-feira, com um providencial karaokê na base mesmo da música ao vivo. O maior sucesso! Sucesso também fazia o cardápio organizado por Ana Gondim. Os eternos apreciadores do histórico cuba-libre também não tinham do que reclamar. Nem do whisky, de procedência atestada.

Anos depois de encerradas as atividades do Estação, no início da década de 2010, Ana Gondim e a saudosa jornalista Goretti Zenaide se uniram e promoveram alguns encontros anuais com os amantes do Bar Estação em eventos concorridíssimos, no Esporte Clube Cabo Branco. Mas como tudo tem de passar, passou o Bar Estação (e ainda teve o Estação do Porto, com história própria).

Porém, como foi muito bom enquanto existiu, a provocar saudades gerais, aqui está, nessa série Parahyba e suas Histórias, registrada a lembrança daquele tão bom momento da parte noctívaga, e altamente catártica, pessoense.

(Na imagem 1, o balcão do Estação, com Juliana Gondim Coelho adornando a foto produzida por Gustavo Moura. Na segunda, Ana Gondim, Geraldo Vandré e Ednamay Cirilo. Na 3, Alceu Valença e sua namorada, à época. Na 4, um grupo grande onde identifico Fernando Moura e Silvana, Ana Gondim, Helena Botelho, Fabíola Lira, Gracinha Teles e Liss Albuquerque)

Fonte: Sérgio Botelho

Créditos: Polêmica Paraíba