Ministério Público investiga possibilidade de uso de CNPJ falso pela Cruz Vermelha

As denúncias contra a organização social Cruz Vermelha, responsável pela administração do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, na capital, não param de chegar. Ontem, o Ministério Público do Trabalho (MPT) foi informado de que a organização estaria usando um número falso do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O procurador-chefe do Trabalho, Eduardo Varandas, admitiu que está investigando a denúncia, mas optou por não fazer nenhum tipo de comentário mais aprofundado até que o caso seja esclarecido.

Ontem, servidores do Hospital de Trauma procuraram o MPT para denunciar a suposta irregularidade. Os servidores entregaram os contracheques referentes ao pagamento do mês de julho, no qual constava o CNPJ de número 512122003572. Em uma rápida consulta no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), é possível confirmar o erro: o CPNJ aparece como inexistente. O procurador disse que, logo que as investigações forem concluídas, prestará esclarecimentos à imprensa.

A reportagem procurou a direção da Cruz Vermelha nacional para saber seu posicionamento a respeito das denúncias. No entanto, a assessoria de imprensa, apesar de ter prometido, não enviou resposta. Além dos telefonemas, a reportagem também enviou e-mail, mas não foi atendida. No último contato, a secretária informou que não havia mais ninguém na assessoria de imprensa.

GESTÃO PACTUADA
O programa de Gestão Pactuada foi implantado através da Medida Provisória 178, editada pelo Governo do Estado no mês de julho deste ano. A justificativa de pactuar a administração do Hospital de Trauma era economizar recursos. Porém, desde então, as denúncias de irregularidades – desde demissões até a má qualidade no atendimento – passaram a ser frequentes. O contrato com a organização social Cruz Vermelha foi firmado pelo período de seis meses.

No último dia 10, quando a Gestão Pactuada completou um mês, o governo publicou uma nota afirmando que conseguiu diminuir em 39 minutos a média do intervalo de tempo na cirurgia de emergência; reduziu em 50% o número de acidentes de trabalho em relação a junho de 2011; e atendeu 100 pacientes a mais que no mês anterior.

Do Blog com Jornal da Paraíba