Família a base de tudo

João Marcelo Alves Macêdo

Hoje escrevo sobre um tema que a meu ver é importante para uma sociedade que busca resgatar valores esquecidos e outrora marcaram uma geração. Neste fim de semana minha primeira filha faz 1 ano e essa data me faz refletir nesse sentido. Eu fui criado com meus avós e minha mãe, já que não conheço meu pai, e com isso meus exemplos eram cada vez mais adultos, sendo mínima a minha convivência com outras crianças. Momentos de criança eram resumidos aos finais de semana com os primos. Não me queixo disso, acho que foi muito salutar e me fez ver a vida de outra forma.

Sempre dou muito valor aos tios, tias, primos, parentes em geral e vejo o quanto essa referência é importante na formação, cada momento, cada conversa, cada resgate histórico, numa lembrança, numa memória é um aprendizado. E o sentindo é esse, em vários exemplos de sociedade, os mais velhos ensinam aos mais novos, porém acredito que quando se tem outra escolha, tipo brincar, se divertir com os seus pares, nas crianças esse aprendizado é muito chato, já que você está na sua cabeça desperdiçando um tempo precioso para brincar. Mesmo diferente, sei o quanto eles foram importantes para o que sou hoje.

Agora de pai, quero prover a minha filha, um misto de brincadeiras e aprendizados, onde eu possa em momentos lúdicos ensiná-la de forma saudável. Sabe-se, no entanto a dificuldade e os rumos tomados denotam uma mudança drástica no perfil da família brasileira nos últimos anos. A rádio Jovem Pan apresentou um estudo defendido em tese de doutorado na FEA/USP, pela Doutoranda Heliani Berlato dos Santos e orientado pela profa. Tânia Casado, que aponta a entrada da mulher no mercado de trabalho como a mola propulsora da mudança neste perfil e traça pontos positivos e negativos desta mudança. Segundo a reportagem “A mudança favoreceu uma relação mais íntima entre família e trabalho e levou a mulher a assumir responsabilidades e atividades antes apenas dos homens” fato que demonstra alguns conflitos que tem que serem superados pela mulher e pela nova família brasileira.

Diante de tais fatos, relato que a falta de dialogo, a falta de tempo, bem como, cada um com seus problemas, levam as crianças a serem deixadas de lado. Um dos maiores erros de nossa geração é achar que os bens materiais suprem sua ausência. Educação é feita com o olhar, sentindo o outro. A falta de diálogo, de brincadeiras onde o tempo passa sem horários edificam para nossas crianças, é o importante. Devemos resgatar a maior estrutura de apoio a vida humana: A família.