ESPOSA GRAVOU

CENA FORTE: Negro sendo morto pela polícia gera protestos - VEJA VÍDEO DA MORTE

Um vídeo que mostra o momento em que Keith Lamont Scott foi morto por um policial emCharlotte, na Carolina do Norte, foi exibido na sexta (23) pela emissora NBC. As imagens foram registradas pela mulher de Keith, Rakeyia. A polícia se recusa a divulgar os vídeos filmados pelas câmeras presas aos uniformes dos policiais, alegando que isso poderia interferir nas investigações.


Um vídeo que mostra o momento em que Keith Lamont Scott foi morto por um policial em Charlotte, na Carolina do Norte, foi exibido na sexta (23) pela emissora NBC. As imagens foram registradas pela mulher de Keith, Rakeyia.
A polícia se recusa a divulgar os vídeos filmados pelas câmeras presas aos uniformes dos policiais, alegando que isso poderia interferir nas investigações.

Manifestantes saíram às ruas de Charlotte nas últimas três noites para exigir a divulgação das imagens e a punição dos policiais envolvidos. Houve violência e um homem foi baleado e morto durante os protestos.

No vídeo, é possível ver viaturas cercando o carro de Keith, enquanto Rakeyia grita para que eles não atirem e pede que não quebrem a janela do veículo. Ela diz que o marido não está armado, que teve um traumatismo craniano  e acabou de tomar seu medicamento. Pouco depois ela grita “Keith, não faça isso” várias vezes, aparentemente porque o homem não estava obedecendo às ordens dos policiais para sair rapidamente.

As imagens não mostram Keith sendo baleado, mas é possível ouvir o barulho de diversos disparos. Rakeyia corre para se aproximar e, ao ver o marido já no chão, pergunta “vocês atiraram nele?”, e grita que “é melhor que ele não esteja morto”, brigando com os policiais e pedindo que alguém chame uma ambulância.

Keith Lamont Scott já no chão, após ser baleado por policiais em Charlotte (Foto: Reprodução/MSNBC)
Os três policiais que abordaram Keith, pouco depois das 16h em um estacionamento, estavam no local para procurar outro homem que tinha um mandado de prisão. Eles alegam que, ao chegar, viram Keith saindo e voltando para dentro de seu carro com uma arma na mão. A família nega que ele tivesse uma arma e diz que ele estava lendo um livro enquanto esperava um de seus sete filhos sair da escola.

O policial acusado de atirar, Brentley Vinson, também é negro. Ele não usava uniforme, apenas um colete da polícia, e por isso não tinha uma câmera registrando a abordagem. Os outros dois policiais que o acompanhavam, porém, estavam uniformizados. São as imagens das câmeras deles que a polícia se recusa a divulgar. Vinson faz parte do Departamento de Polícia de Charlotte-Mecklenburg desde 2014 e foi afastado durante as investigações.

Emergência
Após uma série de confrontos entre manifestantes e policiais, o governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, decretou na quinta-feira estado de emergência em Charlotte. Integrantes da Guarda Nacional foram enviados à cidade. No mesmo dia morreu em um hospital Justin Carr, um negro de 26 anos que se encontrava em estado “crítico” após ser baleado durante uma das manifestações.

Na sexta, a polícia disse que deteve Rayquan Borum, suspeito de ter atirado em Carr.

A prefeita de Charlotte, Jennifer Roberts, decretou um toque se recolher a partir da zero hora de sexta, mas centenas de pessoas não obedeceram à determinação. Apesar disso, ela disse que manterá a ordem por diversos dias, sempre entre meia-noite e 6h da manhã.
Créditos: G1