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Advogada de mulher que acusa Felipe Prior de estupro é alvo de ameaças em série

foto: reprodução

A advogada Maira Pinheiro, que defende uma mulher que acusa o arquiteto e empresário Felipe Prior, ex-participante do Big Brother Brasil (BBB), de estupro, revelou nesta terça-feira (18) que foi alvo de uma série de ameaças feitas ao longo do processo supostamente por fãs ou pessoas ligadas ao ex-BBB.

Prior foi condenado, no início deste mês, a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo crime de estupro. A decisão é da juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo.

Segundo Maíra Pinheiro, a maior parte das ameaças era feitas através das redes sociais e em mensagens enviadas a ela através do WhatsApp.

“Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático”, disse a advogada em entrevista ao portal G1.

“Vagabunda, vadia. Esse tipo de palavra. Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado.?E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide”, prosseguiu Maira Pinheiro.
A advogada ainda divulgou prints de ameaças e ataques que recebeu ao longo dos mais de três anos de processo judicial. Confira abaixo:

Ligações de madrugada 
Maira Pinheiro revelou, ainda, que somente em uma madrugada em 2021 chegou a receber mais de 20 ligações anônimas de um número de Rondônia. O homem que telefonou, em tom intimidatório, dizia que sabia onde ela e a vítima de Felipe Prior moravam.

Veja a transcrição de um trecho do diálogo telefônico:

Homem: “Eu quero conversar com você, Maira.”

Maira: “Você é parente dele [Felipe Prior]? Quem é você?.”

Homem: “Eu sou uma pessoa muito informada, eu sei onde a Themis mora, onde todas as outras meninas moram”

Maira: “Você é da polícia? Alguém te passou?”

Homem: “Eu tenho as minhas fontes. Investigando, normalmente…”

Maira: “Você sabe que está praticando o crime de coação no curso do processo?”

Homem: “Você tá perdendo tempo, eu tenho muitas fontes. […] Você que sabe…”

Felipe Prior condenado 
O arquiteto e empresário Felipe Prior, que participou da 20ª edição do Big Brother Brasil (BBB) em 2020, foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo crime de estupro. A decisão é da juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo. Prior pode recorrer em liberdade e o caso corre em segredo de justiça.

O crime ocorreu em 2014, mas a denúncia foi feita apenas em 2020. No mesmo ano a revista Marie Claire publicou os relatos de duas vítimas que disseram ter sido estupradas pelo ex-BBB, incluindo o da autora da denúncia, identificada como Themis, além de uma terceira vítima, que disse ter sofrido uma tentativa de estupro.

Themis conheceu Felipe Prior, à época aluno da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em uma festa que acontecia na Universidade de São Paulo, e aceitou, junto com uma amiga, uma carona para casa oferecida por Prior. Após deixar a amiga em casa, o ex-BBB teria parado o carro na rua e desligado o motor. Neste momento, teria se lançado sobre Themis e começado a beijá-la, passando a mão pelo seu corpo. Em seguida, a arrastou para o banco de trás do veículo. A decisão da Justiça relata que ele se valeu de força física para praticar a violência, que movimentou a vítima de maneira agressiva, “segurando-a pelos braços e pela cintura, além de puxar-lhe os cabelos, ocasião em que Themis pediu para ele parar, dizendo que ‘não queria manter relações sexuais'”.

A juíza afirma no documento que não há dúvida de que o crime ocorreu, citando o prontuário médico da vítima, feito na madrugada do crime, que atesta laceração na região genital, prints de mensagens entre Themis e o réu, depoimentos dela, de Prior e de testemunhas de defesa e de acusação.

Maira Pinheiro, uma das advogadas da vítima, disse em entrevista ao UOL: “Esperamos que essa condenação sirva como lição e alerta para as pessoas que seguem cultuando esse sujeito como uma celebridade, que se questionem se querem se associar a um estuprador condenado”. Prior tinha uma das maiores torcidas de sua edição do BBB e foi eliminado no paredão mais votado da história do programa, contra a cantora Manu Gavassi.

Maira afirma que vai recorrer da decisão por entender que a pena imposta ao agressor foi baixa, “dada a brutalidade do crime”. Felipe Prior ainda está envolvido em outros dois inquéritos policiais e uma ação penal, os três por estupro. Se condenado nesses casos, pode pegar até 24 anos de prisão. Até agora, a defesa do ex-BBB não se manifestou.

Fonte: Polêmica Paraíba com fórum
Créditos: Polêmica Paraíba