A lista do PT, os nomes, a disputa, os mortos e a verdade

Nilvan Ferreira

Sei do interesse de grande parte da imprensa na tentativa de criar factóides e dar um “empurrãozinho” aos que defendem o atrelamento do PT ao Palácio da Redenção. Mas, calma aí, companheiro! “Devagar com o andor que o santo é de barro”. A verdade deve estar sempre no lugar onde esteve e ponto final. Não vale criar, inventar, imprimir coisas que em nada correspondem a realidade, uma vez que mentira tem pernas curtas.

É verdade que a lista dos filiados estava eivada de graves erros. Nomes estavam repetidos e muitos apareciam até três vezes na relação dos aptos a votar no dia 18. Até quem já morreu estava lá na lista por falta de uma atualização no banco de dados do partido. Até aí tudo bem. Todo mundo concorda neste ponto. Agora, querer atribuir essas “mancadas” aos que defendem a tese de candidatura própria, é, no mínimo, uma molecagem.

Tentar jogar as irregularidades encontradas na lista ao deputado Luciano Cartaxo é querer brincar com a verdade. Luciano não é presidente do diretório municipal do partido. Sendo assim, obviamente, não detém o controle dos arquivos do PT em João Pessoa. Os erros, as repetições na lista, os mortos que continuavam vivos nos arquivos do PT, além de toda e qualquer esculhambação na legenda só devem ser atribuídas a direção do partido na capital, leia-se, Antonio Barbosa e companhia limitada.

É ele, Antonio Barbosa, quem deve explicar o grau de desorganização do partido. Os dirigentes do partido devem justificar o que fizeram de errado para deixar a vida diária da legenda completamente abandonada e incapaz de articular até a burocracia partidária. A verdade é que o PT perde a cada dia o conceito de partido de massas, associado a defesa dos interesses da grande maioria da população e passa a alimentar o ego e os interesses pessoais de alguns dos seus líderes.

O processo de escolha do próximo dia 18 definirá mais do que a posição do PT para as eleições deste ano. O processo eleitoral será também o momento de começar a aprofundar o papel do partido na atual conjuntura de João Pessoa e do estado. A eleição pode servir de escolha de método e da cara que o partido deve ter para os enfrentamentos futuros.