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Setor de Reabilitação do Hospital Edson Ramalho estimula inclusão de crianças com perda auditiva

Foto: divulgação

Quem não conhece o trabalho realizado pelo Setor de Reabilitação Auditiva (SRA) do Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER), unidade da rede estadual gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), em João Pessoa, pode até estranhar a presença de um setor da Educação em um ambiente hospitalar. Mas o espaço é muito mais do que parece à primeira vista. Que o diga dona Neves, avó de Kauany Vitória, de 11 anos, atendida no local há quase 1 ano.

“Ela sempre foi muito reservada e muito dispersa na escola, com muita dificuldade para acompanhar os conteúdos. Com o acompanhamento na unidade, ela melhorou muito essas questões e está mais segura e atenta”, relatou dona Neves.

O acolhimento é, justamente, o ponto de partida do setor, que atende cerca de 60 pessoas por mês. Sobre os benefícios que esse trabalho oferece para os pacientes, o educador social Márcio Paterra ressalta: “Para cada paciente, é elaborada uma terapia auditiva com atividade ou escuta diferente devido à individualidade de cada um e o contexto de sua dificuldade. Nas terapias, são tratadas diretamente dificuldades de aprendizagem e indiretamente a baixa autoestima, ansiedade e estresse”, detalha.

Segundo ele, as intervenções trabalhadas durante as consultas são planejadas e detalhadas em um relatório individual, que serve de base para orientação aos profissionais que acompanharão o paciente em outros momentos. “Essas informações são muito importantes porque possibilitam um tratamento personalizado, levando em consideração as avaliações e a evolução da criança atendida”, complementa Paterra.

Esse acompanhamento diferenciado, por exemplo, possibilitou uma melhora significativa na concentração e socialização de Lorena Ferreira. Com apenas poucos meses de intervenção, após avaliação no setor SRA, e constatada a dificuldade auditiva, ela passou ao atendimento com o educador social.

Mergulhada nas brincadeiras de quebra-cabeça e jogo da memória, por exemplo, ela nem percebe que está trabalhando questões cognitivas e de socialização. “Ela aproveita muito. Só é muito agitada, gosta de mandar em tudo”, brinca Ivânia Ferreira, mãe da pequena, de apenas 5 anos de idade, que faz uso de aparelho auditivo desde o primeiro ano de vida.

Como ter acesso

A iniciativa é voltada para crianças a partir dos 5 anos de idade, diagnosticadas com perda auditiva ou com indicação de uso de aparelho auditivo ou implante coclear, que enfrentam dificuldades do “aprender” em termos psicossociais (comportamento ou compreensão de situações diversas). O acompanhamento é iniciado após avaliação do SRA.

Não há limite máximo de idade para receber acompanhamento, mas é importante que os interessados participem de alguma rotina educacional, seja em escola, faculdade ou cursinho preparatório para o Enem.

“Nossa função é ajudar crianças e adolescentes a se socializarem com mais facilidade. Se tem dificuldades de aprendizagem [o que não se restringe ao âmbito escolar], ajudamos a saná-las. Quando essas dificuldades têm raízes mais profundas, como abuso, bullying, etc, usamos a terapia somatória como complemento do processo de evolução da criança ou jovem”, resume o educador social.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba